Os presidentes de Rússia, Irã e Turquia discutiram, nesta sexta-feira (7), a "estabilização gradual" na província síria de Idlib, com a possibilidade de um acordo com alguns grupos rebeldes - declarou o russo Vladimir Putin.
"Discutimos medidas concretas para uma estabilização gradual na zona de desescalada de Idlib, que prevê, particularmente, a possibilidade de passar para um acordo para os que estiverem dispostos ao diálogo", disse Putin, ao fim da cúpula em Teerã sobre o último reduto rebelde da Síria.
"Trabalhamos e continuamos a trabalhar para reconciliar as partes do conflito, sempre excluindo as organizações terroristas. Esperamos que estes últimos tenham bom senso o suficiente para entregar as armas e pôr fim à confrontação", acrescentou.
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"Nossa prioridade comum e incondicional é liquidar definitivamente o terrorismo na Síria", insistiu Putin, após o encontro.
"Nosso objetivo principal na etapa atual é caçar os combatentes da província de Idleb, onde sua presença constitui uma ameaça direta à segurança dos cidadãos sírios e habitantes de toda região", completou.
Conforme o comunicado oficial divulgado depois do encontro, os três países se reuniram hoje dentro de um "espírito de cooperação".
Hassan Rohani, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan "decidiram resolver" a questão de Idlib "no espírito de cooperação que caracteriza o [processo] de Astana", lançado por esses três países para buscar a paz na Síria.
A reunião aconteceu no momento em que a comunidade internacional tem as atenções voltadas para Idlib. Teme-se um desastre humanitário diante da iminência da ofensiva por parte do governo.
Luta contra terrorismo
A luta contra "o terrorismo" em Idlib é inevitável, mas "não se deve fazer os civis sofrerem", declarou Rohani, mais cedo nesta sexta, na capital iraniana, por ocasião da cúpula.
"Combater o terrorismo em Idlib é uma parte inevitável da missão, que consiste em levar paz e estabilidade à Síria, mas esse combate não deve fazer os civis sofrerem, ou levar a uma política de terra arrasada", declarou Rohani.
Já o presidente turco advertiu contra o "banho de sangue", em caso de ofensiva, defendendo um "cessar-fogo" na província.
"Se conseguirmos transmitir uma declaração de cessar-fogo aqui, então seria um dos resultados dessa cúpula, e isso acalmaria enormemente as populações civis", declarou.
De acordo com Erdogan, um assalto à província provocaria "uma catástrofe, um massacre e um drama humanitário".
"Não queremos de modo algum que Idlib se transforme em banho de sangue", acrescentou, acompanhado de Rohani e Putin, aliados do governo sírio.
Na mesma entrevista, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que "o governo (...) sírio tem o direito de assumir o controle da totalidade de seu território nacional e deve fazê-lo".
Nesta sexta, aviões russos bombardearam posições rebeldes e extremistas em Idlib, deixando dois mortos, informou uma ONG.
Decidido a recuperar o conjunto do território sírio, o presidente Bashar al-Assad congrega esforços nos arredores da província, na fronteira com a Turquia. A região é dominada pelos extremistas do Tahrir al-Sham (HTS) e também acolhe importantes facções rebeldes.
As forças sírias realizam há dias disparos de artilharia contra a zona, enquanto o aliado russo lança bombardeios aéreos esporádicos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
"O objetivo é destruir as fortificações dos insurgentes", afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.