Por meio de uma dura nota divulgada na noite desta sexta-feira (20), o governador Paulo Câmara (PSB) negou ter discutido o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) no passado. Durante o 17º Fórum Empresarial, no Paiva, o tucano questionou a aliança entre o PSB e o PT dizendo que por "diversas vezes" o governador e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), teriam sentado com ele e com o deputado Mendonça Filho (DEM) "combinando como afastar a Dilma Rousseff".
"Todos conhecem a posição coerente minha e de Mendonça, sempre fomos oposição ao PT. E (a posição) de Armando Monteiro em defesa de Lula. Mas Paulo Câmara e Geraldo Julio sentaram diversas vezes comigo e com Mendonça combinando como afastar a Dilma Rousseff e hoje buscam aliança com o PT que montou o jargão de golpistas. Vão ter que explicar essa situação. E se o MDB ficar com Paulo, o PT vai ter que se explicar porque se aliou numa coligação com o partido de Temer, então esse debate vai ser maravilhoso", afirmou Bruno, ao ser questionado sobre a tentativa do governo de colar na oposição a imagem de ser o "palanque de Temer".
O que diz a nota?
Na nota divulgada pelo PSB de Pernambuco, Paulo dispara contra Bruno e diz que o PSDB esvaziou sobre o comando do tucano. "O deputado Bruno Araújo deveria se preocupar com o partido dele em Pernambuco, que se esvaziou sob o seu comando. Nunca, nem eu e nem Geraldo, nos sentamos com ele para discutir a questão do impeachment. É bom lembrar que tanto o PSDB quanto o DEM deixaram nossa base política. Nesse episódio do impeachment, o PSB foi um dos últimos partidos a se definir. E fez isso de forma clara e transparente. E, ao contrário do deputado, não quis fazer parte do Governo Temer", diz o texto.
O que o governador disse antes?
Mais cedo, no mesmo evento, o governador Paulo Câmara disse que não discutiria esse assunto. "Eu acho que o deputado federal Bruno Araújo, eu não sei que debates ele quer fazer sobre essas questões. Eu quero discutir o futuro do Brasil. Não quero discutir o passado. E não vou discutir questões menores como esta", explicou o socialista no início da tarde, horas antes de enviar a nota negando os encontros.