Ao debaterem sobre os culpados pela crise brasileira, os eleitores dos três grupos focais chegaram a um consenso: além dos políticos, o povo também é responsável pela má fase que o País atravessa. As razões pelas quais os entrevistados chegaram a esta conclusão, contudo, são diferentes de acordo com seus ciclos de convivência.
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Nas classes A e B, a percepção é de que o pior momento já passou e que a população “depende demais do Estado”, “não vai à luta” e “fala demais em crise”. Dizem que decidiram enfrentar as dificuldades e por isto estão criando oportunidades.
“O meu irmão estudou muito para ter o próprio negócio, e hoje tem a loja dele, que só faz crescer. Isso me dá muito orgulho, pois ele trabalhou e se esforçou para obter esse resultado. Não ficou esperando nada do governo”, comentou a dona de casa Daniella Vaz de Oliveira, de 23 anos.
Os pesquisados das classes C e D, por sua vez, apontam que os jovens não se mostram dispostos a discutir política e que o povo também comete atos de corrupção, como a venda de votos, por exemplo. Alguns chegaram a dizer que já presenciaram conhecidos trocando seu apoio a determinado candidato por dinheiro, remédio e até por uma feijoada. “São vários onde eu moro”, revelou um dos participantes do estudo.
Em reação à afirmação de que a população estaria apática em relação ao debate político, entrevistados dos grupos C e D afirmaram que sua prioridade, de fato, não seria a discussão da política brasileira, uma vez que estariam preocupados em “procurar emprego” e “dar comida aos filhos”. “Neste caso, a carência material é uma variável que os impede de debater política”, diz o levantamento do Instituto Uninassau.
METODOLOGIA
Coordenada pelo cientista político Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto Uninassau, a pesquisa tem por objetivo identificar os sentimentos dos entrevistados em relação à política, economia e aos possíveis candidatos a presidente.
A metodologia é a qualitativa, com a realização de entrevistas com três grupos divididos por classe social. O grupo 1 com renda superior a R$ 5 mil (A/B), o 2 com renda entre R$ 2 mil e R$ 4 mil (C), e o 3 com renda de R$ 800 a R$ 1.200 (D).
O levantamento foi realizado no dia 23 de abril de 2018. Todos os participantes moram no Recife.
Confira abaixo o estudo completo: