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Lula não terá condições de ser candidato a presidente, diz ministro em entrevista

''Enquanto houver vida, há esperança, mas, para mim, a inelegibilidade de Lula é aritmética: ele está condenado em segundo grau por crime contra a administração pública'', disse Gilmar Mendes

JC Online
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Publicado em 11/05/2018 às 12:16
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''Enquanto houver vida, há esperança, mas, para mim, a inelegibilidade de Lula é aritmética: ele está condenado em segundo grau por crime contra a administração pública'', disse Gilmar Mendes - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Em entrevista para o site de notícias americano Bloomberg, na última quinta-feira (10), o ministro Gilmar Mendes expôs o seu posicionamento sobre as condições do ex-presidente Lula e sua candidatura à Presidência do Brasil. Para o ministro, Lula não terá condições de ser candidato a presidente nas próximas eleições de outubro.

"Enquanto houver vida, há esperança, mas, para mim, a inelegibilidade de Lula é aritmética: ele está condenado em segundo grau por crime contra a administração pública", disse.

Durante a entrevista, Gilmar afirmou que qualquer mudança só ocorrerá a partir do julgamento de mérito da decisão em recursos ao Supremo Tribunal de Justiça ou pelo próprio STF. A condenação do TRF4, com base na condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, deixaria o ex-presidente Lula de fora.

"Discutimos esta questão do habeas corpus e dissemos que seria lícita a ordem de prisão em segunda instância. O pleno do STF já decidiu a matéria com relação ao caso Lula. Para nós, esse assunto está encerrado", disse o ministro em seu gabinete no Supremo.

"O PT não tem um plano B e a forma de galvanizar apoios depende da candidatura de Lula. Há um esforço para retardar o processo. A estratégia se entende, sobretudo, porque o PT está estraçalhado, mas ele não é e não será candidato", avaliou afirmando que o PT mantém viva a expectativa de candidatura do ex-presidente.

Dilema

O Partido dos Trabalhadores, às vésperas das eleições para decidir à Presidência do Brasil, vive um dilema. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, as decisões tomadas pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), estariam afastando o partido petista de outras lideranças de esquerda. Entre essas disputas internas, a dificuldade seria conseguir um pré-candidato a vice, que ocuparia a função de participar da corrida eleitoral na possível candidatura do ex-presidente Lula, mesmo continuando preso em Curitiba.

Com o pedido de liminar efetuado pelo PT, para garantir a presença de um candidato nas séries de entrevistas com os pré-candidatos à Presidência, o partido já estaria oficializando o isolamento da candidatura de Lula.

No momento, as opções do Partido dos Trabalhadores seria o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-ministro Jaques Wagner ou o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad. O objetivo seria inscrever Lula até o dia 15 de agosto e com a sequência do julgamento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a sua impugnação com base na Lei da Ficha Limpa, o partido entra em ação e indicaria o candidato substituto.

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