O deputado federal Bruno Araújo (PSDB) anunciou a retirada do seu nome como opção para disputar o Senado na chapa que o senador Armando Monteiro Neto (PTB) está montando para disputar o governo do Estado, abrindo mal-estar no grupo que faz oposição ao governador Paulo Câmara (PSB). Não está descartado que o PSDB deixe a frente Pernambuco Vai Mudar e lance Bruno como candidato ao governo para dar suporte à candidatura presidencial do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) em Pernambuco.
Segundo aliados, o argumento apresentado para que Bruno não fosse candidato ao Senado foi a rejeição que ele poderia agregar por ter sido ministro das Cidades no governo Michel Temer (MDB). A alegação não teria sido aceita pelo tucano porque o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) já foi anunciado por Armando como candidato ao Senado.
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Além disso, correligionários citam “certa pressão” do PSDB nacional para robustecer a candidatura de Alckmin no Nordeste. Segundo os tucanos, causou preocupação a identificação de Armando com o ex-presidente Lula (PT), já escolhido como presidenciável pelo governador Paulo Câmara e pela vereadora do Recife Marília Arraes (PT).
O senador do PTB visitou o ex-presidente na carceragem da Polícia Federal na última terça. Depois disso, Bruno teria se conversado com Alckmin em São Paulo. “Mesmo não havendo fato novo que descaracterize o perfil dos nomes até então por nós cogitados para colaborar nas candidaturas majoritárias, ficou evidente a dificuldade levantada por esse conjunto em dar seguimento ao meu nome para uma das vagas ao Senado, sob argumentos que me reservo o direito de discordar, pois eram de conhecimento de todos desde nossas primeiras tratativas”, afirma Bruno na nota divulgada à imprensa ainda na madrugada de ontem.
Palanque para Alckmin
Como deputado, ele deu o voto na Câmara que consolidou o prosseguimento do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “Sigo também firme para defender um projeto nacional que precisa oferecer aos pernambucanos outra alternativa ao congestionamento político que existe aqui de apoio a um único candidato presidencial”, afirma ainda o documento.
Um desentendimento entre Bruno e Armando pode atrapalhar o petebista porque o PSDB é hoje o maior partido na chapa de oposição. Os tucanos adotam cautela ao analisar os próximos passos porque entendem as dificuldades de construir uma candidatura própria perto do prazo das convenções. Há quem argumente que as dificuldades com Armando não são intransponíveis.
Uma reunião do PSDB-PE será convocada no máximo até amanhã. Armando tem o ex-governador João Lyra Neto (PSDB) como um interlocutor dentro da legenda. A assessoria do petebista disse que ele não comentaria.