Oficializado como candidato à vice-presidente na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou que o ex-presidente "ganha de qualquer candidato no segundo turno".
"O Lula, em condições normais de pressão e temperatura, ganha as eleições. Com tudo isso que está acontecendo, ele ganha de qualquer candidato no segundo turno. É a expressão de um líder", empolgou-se Haddad depois de participar de um ato público com a militância do PT em Brasília.
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Apesar do discurso público de que o ex-presidente é o único candidato do PT, integrantes da sigla admitem o plano B e, para isso, será importante que Lula consiga transferir seus votos para Haddad.
O PT terá, no máximo, até 17 de setembro para substituir seu candidato à Presidência. Findo o prazo para protocolo da chapa, começou a correr o período que a Justiça Eleitoral tem para se pronunciar sobre a elegibilidade do ex-presidente.
O prazo para a impugnação do registro de candidatura é de cinco dias, contados a partir da publicação do edital. Como o pedido de Lula chegou no final da tarde desta quarta-feira (15) ao TSE, fontes do tribunal informam que esses eventuais pedidos serão enviados em seguida para o Diário da Justiça Eletrônico e publicados no dia seguinte.
Os prazos na Justiça Eleitoral são contados em dias corridos, considerados sábados, domingos e feriados.
Ato público
Integrantes de movimentos sociais e apoiadores de Lula vieram a Brasília para acompanhar o registro da chapa petista junto ao Tribunal Superior Eleitoral.
A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, a ex-presidente Dilma Rousseff e outros aliados chegaram juntos à Corte e, por volta das 17h30, oficializaram Lula como candidato à Presidência e Haddad como seu vice.
"Esse é um dia histórico porque temos uma candidatura que está nos braços do povo. É uma vitória muito grande fazer esse registro porque mostra o apoio popular do presidente Lula. É um dia de comemoração e vitória", afirmou Gleisi.
Lula está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro.
Após o registro, Gleisi saiu do TSE exibindo o documento comprobatório da candidatura. Ela levou o papel até o trio elétrico que ficou estacionado em frente à Corte. Lá, mostrou o documento aos manifestantes que bradaram em comemoração.
Ali, Haddad leu uma carta enviada por Lula. No texto, o ex-presidente insiste em classificar sua prisão como um "ato político" do juiz Sérgio Moro, a quem acusa de uso de "fake news" para condená-lo e tirá-lo da campanha eleitoral. "Sou vítima de uma caçada judicial que já está registrada na história", diz Lula.
A estratégia do PT é iniciar a campanha presidencial com Haddad percorrendo o País para que o nome de Lula seja reconhecido como o fiador da candidatura do ex-prefeito.