O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição, se disse arrependido de apoiar o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Agora aliado do PT, o socialista culpou o presidente Michel Temer pelas obras atrasadas no Estado. "Temer fez desserviço ao País, trouxe instabilidade, confusão. No contexto histórico, me arrependo sim", destacou o governador durante sabatina na Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (16).
Após a aliança com o PT, Paulo Câmara passou a defender a candidatura de Lula à Presidência da República. "Já tive várias vezes com Lula, e sempre tive conversas sinceras. Ele tem o olhar para o Nordeste e o PSB sempre apoiou Lula. Estou ciente do momento que passa o Brasil, ciente de que a forma Temer conduz não faz bem ao Brasil, aprofunda desigualdades e temos que saber o que faz bem a Pernambuco, ao Nordeste e ao Brasil", disse.
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Paulo aponta que obras como a da Adutora do Agreste só serão concluídas com um presidente que não seja Temer. "Estamos trabalhando muito nessa área da água, a Transposição começou com Lula, mas é preciso de obras complementares como a Adutora do Agreste. Infelizmente, a obra ficou parada, retomamos com esforço, estamos cobrando recurso do governo federal, mas em 2018 não chegou um real para essa obra", destacou.
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Em vários momentos, o governador reiterou que foi perseguido pelo governo federal e se queixou de não conseguir captar empréstimos mesmo tendo assinado contrato com o BNDES. "Temer foi pior (do que Dilma) sem nenhuma dúvida", afirmou o socialista. Paulo chegou a afirmar que não conseguiu mais recursos porque não orientou deputados federais de Pernambuco a votar em medidas que eles não acreditavam apenas para beneficiar o Palácio do Planalto. "Não vou entrar em conchavo por chantagem do governo federal", disparou.
O governador garantiu que a violência continuará em queda no Estado, que todas as delegacias funcionam 24 horas por dia, que não tem interesse em privatizar a Compesa. Sobre a BR-232, Paulo Câmara disse que que ela está em bom estado, mas que o ideal é que o governo federal assumisse a gestão da rodovia. Ele disse que o modelo do miniarco metropolitano foi redesenhado e que atrairá empresas para a concessão. Também prometeu concluir as estações de BRT dos corredores Norte/Sul e Leste Oeste e inaugurar o Terminal Integrado da IV Perimetral nos próximos dias.
Cobrado quando à promessa de construir quatro hospitais, o socialista disse que um deles está em andamento e que gostaria de construir todos. "Se houver condições de financiamento e de credenciar (junto ao SUS), nós vamos fazer", declarou. Cobrado por um ouvinte sobre a promessa de tarifa única, ele afirmou que conseguiu juntar o valor de algumas passagens, mas afirmou que o valor de R$ 2,15, citado em peças da campanha de 2014, era apenas uma referência ao Anel A (que hoje custa R$ 3,20).