ELEIÇÕES 2018

Marina diz que problema da violência não se resolve distribuindo armas

Em passagem pelo Recife, Marina Silva citou retrocesso ao falar em Bolsonaro e defendeu a Lei da Ficha Limpa ao falar de Lula

Da editoria de Política
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Publicado em 21/08/2018 às 21:29
Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
Em passagem pelo Recife, Marina Silva citou retrocesso ao falar em Bolsonaro e defendeu a Lei da Ficha Limpa ao falar de Lula - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
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Candidata a presidente da República pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva citou retrocesso ao falar de Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, durante agenda no Recife. Os dois se enfrentaram no debate da RedeTV!, na última semana, ao discutirem diferença salarial entre homens e mulheres no País.

“Existem muitos retrocessos no Brasil, um deles é o político com saudosismo da ditadura. O enfrentamento que a sociedade precisa dar aos problemas graves que estamos vivendo não podem ser resolvidos em passo de mágica e eleição não é o momento de apresentar saídas, muitas vezes, enganosas à população, o problema da violência não tem como ser resolvido com cada pessoa tendo uma arma para se defender”, disse.

Na visão de Marina, o problema da violência será resolvido com a implementação do sistema único de segurança pública, com apoio ao trabalho dos Estados e Municípios. “É necessária formação continuada de policiais, um salário justo para eles e compreendendo que o problema da violência não é só polícia, é também justiça econômica e social. Cuidando da vida das pessoas com educação de qualidade, moradia digna e transporte digno. Temos que pensar as políticas públicas de forma integrada”, ressaltou.

Diante de uma pequena plateia, Marina participou de evento no Porto Social, na Ilha do Leite, área central da capital pernambucana, uma incubadora de projetos sociais. Ela falou sobre projetos para o desenvolvimento social, ouviu histórias e até ganhou um livro. Em Pernambuco, a candidata está liderando as intenções de voto no cenário sem Lula, de acordo com levantamento feito pelo JC Ibope/Rede Globo, divulgado nessa segunda-feira (20). Segundo a pesquisa, ela salta de 4% para 16% sem o petista no páreo.

“Parte dos votos de Lula deve migrar naturalmente para Haddad. São os votos dos eleitores mais fiéis ao PT. Outra parte, maior, formada por eleitores lulistas, porém não necessariamente petistas, é mais volúvel. Ela tende a se pulverizar entre os demais candidatos. O percentual de brancos, nulos e abstenções também tende a crescer. Pesquisas, incluindo a mais recente do Ibope, indicam que sem Lula todos tendem a se capitalizar, exceto Bolsonaro. Mas esse potencial de capitalização acaba minado pelo grau de pulverização”, explicou o doutor em Ciência Política e professor da Unicap Juliano Domingues.

LULA

Lula está preso em Curitiba, condenado em segunda instância no caso do triplex de Guarujá. Pela Lei da Ficha Limpa, ele está inelegível. Por essa razão, a Procuradoria-Geral da República questionou sua candidatura. O caso está sendo analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso e será decidido pelo TSE, depois de ouvir a defesa de Lula a favor do registro da candidatura.

Ao falar sobre Lula, Marina defendeu que a Lei da Ficha Limpa seja cumprida. “Tenho dito que ninguém está acima da lei, não se pode numa democracia ter dois pesos e duas medidas. Estamos num processo eleitoral e ainda temos uma situação que fragiliza muito o processo de decisão dos eleitores. Tenho o cuidado de que a Justiça não faça nenhum tipo de julgamento de decisão em função de quem está sendo julgado. A Justiça deve agir de acordo com as regras que devem ser iguais para todos, a Lei da Ficha Limpa diz que alguém condenado em 2ª instância não pode participar do processo eleitoral”, comentou.

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