Mesmo antes do início do debate, o candidato ao governo Maurício Rands (PROS) já enfrentava problemas para chegar a tempo na Rádio Jornal. Segundo o advogado trabalhista, por causa de um protesto realizado na Avenida Antônio de Góes, na Zona Sul do Recife, precisou descer do automóvel em que estava e vir de carona com um motoqueiro que passava no momento. "Eu não podia chegar atrasado, e por sorte, um motoqueiro me ajudou e cheguei a tempo aqui no jornal", contou. Em resumo, uma das maiores críticas de Rands no encontro foi o uso da imagem do ex-presidente Lula por Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB) e a maneira que os investimentos estão sendo aplicados no setor da segurança pública pela atual gestão.
"Não adianta colocar a culpa somente no Michel Temer. Eles (Paulo Câmara (PSB) e Armando Monteiro (PTB) estão querendo surfar na popularidade de Lula e isso eu acho um desrespeito com Pernambuco. Os eleitores sabem mais que eu o candidato do PT é o ex-prefeito de São Paulo (Fernando Haddad)", afirmou.
Já quando questionado sobre os maiores problemas enfrentados pela atual gestão de Paulo Câmara (PSB), Rands declarou que a falta de investimento em saúde e segurança pública será um das preocupações da sua campanha eleitoral. "Com certeza é a saúde e segurança. Vamos criar um fundo com o dinheiro da indústria da multa para investir em inteligência policial e tecnologia", disse.
"A falta capacidade de articulação política ao governo. Articulação em Brasília, com deputados em busca de mais investimento. Fui líder do presidente Lula com articulação em Brasília e vou dialogar pois o Estado perdeu força política, venho com capacidade para colocar esse trunfo à disposição. Pernambuco perdeu nas transferências voluntárias da união", acrescentou.
Antes do início do debate, Rands também chegou a afirmar que mesmo o seu partido sendo aliado do Partido dos Trabalhadores (PT), o seu apoio ao candidato a presidência Ciro Gomes (PDT) não influenciará em nada. "Por exemplo, Silvio Costa faz parte da nossa chapa e apoia Lula, mas ele tem lealdade. O nosso apoio a Ciro não afetará em nada. Ciro entende dos problemas do Nordeste de um jeito que um professor da USP não entende", pontuou.
Críticas e 'Bitcoin'
No primeiro bloco, quando a candidata ao Palácio das Princesas pelo PSOL, Dani Portela, interrogou sobre as soluções para as obras não cumpridas, Rands disse que obras hídricas não concluídas são culpa de falta de articulação do governador Paulo Câmara (PSB). "São meras promessas, a Mata Sul segue correndo riscos. E falta capacidade de articulação política ao governo. Articulação em Brasília, com deputados em busca de mais investimento. Fui líder do presidente Lula com articulação em Brasília e vou dialogar pois o Estado perdeu força política, venho com capacidade para colocar esse trunfo à disposição. Pernambuco perdeu nas transferências voluntárias da união", comentou.
Questionado pela candidata Dani Portela, do PSOL, sobre os partidos da sua chapa serem coligados a cargos públicos, Rands afirmou que a solução será seria não "lotar os cargos públicos". "Eu não sou coronel para mandar em ninguém, não mando nas pessoas. Mas posso garantir que no meu governo não haverá o loteamento nos cargos públicos. Vai ter um comitê de buscas, para permitir que entidades possam impugnar candidaturas, acima até do governador", disse o candidato. O PDT, partido que está com Rands segue com uma secretaria no governo de Paulo Câmara. Dani Portela aponta incoerência.
Já quando perguntado sobre soluções para a segurança pública, o candidato do PROS informou que também usaria as bitcoins (moedas virtuais) nos pequenos municípios de Pernambuco, e assim, evitar os assaltos realizados nos bancos localizados no interior. "Bitcoin hoje fica só para as elites, por isso a gente vai criar uma moeda comunitária conversível. Ela passa a converter para real e aí ninguém pode assaltar ela. Você vai numa farmácia, numa padaria e poderá pagar tudo com bitcoin. Para isso, no município terá apenas uma agência, bem policiada e fará a conversão. Muitas pessoas passarão o mês todo sem precisar sair da cidade", explicou.
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Reforma trabalhista
Sobre a reforma trabalhista, Rands afirmou que a reforma trabalhista foi efetivada de maneira selvagem. "Eu sou contra a reforma trabalhista que foi feita e sou contra a terceirização. Sou advogado há 30 anos e sei que para haver um mínimo de equilíbrio da relação capital e trabalho. É preciso uma norma que empodere os sindicatos para que eles tenham capacidade negocial. Essa reforma trabalhista foi o oposto disso, que foi feita para enfraquecer os sindicatos", pontuou.
No terceiro bloco do debate, Dani Portela (PSOL), afirmou que o candidato ao Senado pelo bloco O Pernambuco Que Você Silvio Costa (PT) votou a favor da reforma trabalhista. "A candidata do PSOL afirmou que Silvio votou na reforma trabalhista, mas ela se enganou. Agora como ela dá uma informação dessa sem saber. O PDT votou em peso contra a reforma e expulsou quem votou a favor", falou indignada a candidata a vice Isabela de Roldão (PDT), no fim do debate.
BR-232
Um dos assuntos tocados foi o da rodavia BR-232. Quando questionado sobre a sua qualidade no debate, o candidato ao governo Maurício Rands (Pros) afirmou que não existem investimentos suficientes para a aconteça a sua melhoria. "Me dá uma angustia ver um patrimônio de Pernambuco se acabando. Para melhorar a situação das nossas estradas que estão entregues a moscas, vamos focar nas três necessidades do Estado. Pernambuco precisa de mais estradas, as empresas pernambucanas têm necessidade de serem contratadas para essas obras e os pernambucanos precisam de mais empregos. Vamos combinar na mesma licitação para a construção e manutenção dos trechos de estrada. Então a empresa que ganhar a licitação, ela vai construir a estrada e vai ter um contrato durante a sua manutenção. Vamos reparar os blocos da estrada se e isso permitará que as empresas participem, que gerem empregos para os pernambucanos", afirmou o candidato.
"Vamos fazer uma modelagem dos editais e uma articulação com as entidades pernambucanas para criar um modelo, porque Pernambuco precisa de recursos externos, mas precisa valorizar também suas empresas", acrescentou.
E mais uma vez, Rands aproveitou para 'catucar' o governador Paulo Câmara (PSB), afirmando que no atual governo o investimento no Estado ainda é ausente. "Em Pernambuco falta muito investimento, onde foram investidos apenas 1 bilhão de reais, onde há 34 bilhões disponível. O dinheiro do Estado não é suficiente para que Pernambuco precisa, para os hospitais, para as estradas. Com a minha experiência vou trazer recursos para que possemos melhorar as estradas, por exemplo", contou.
Candidato de esquerda
Rands encabeça a chapa O Pernambuco Que Você Quer, que tem a ex-vereadora do Recife Isabela de Roldão como candidata a vice-governadora. Os candidatos ao Senado Federal são Lídia Brunes e o deputado federal Silvio Costa (Avante). A coligação se encabeçou como uma via alternativa, após a candidatura da vereadora do Recife Marília Arraes ter sido rifada da disputa ao governo, consequência da aliança nacional entre PT e PSB. "Faço oposição de esquerda e somos uma alternativa de futuro para Pernambuco", destacou.