Atualizada às 22h59
Em sabatina no programa Resenha Política, o senador Humberto Costa (PT) adotou um tom amistoso em relação candidato a Presidência da República Ciro Gomes (PDT) e disse acreditar que haveria uma aliança entre o também candidato a Presidência da República Fernando Haddad (PT) em um eventual segundo turno, seja qual for o candidato que passar para a próxima etapa na eleição presidencial.
"Eu acho que as críticas que ele tem feito são críticas no campo da política. Eu acredito que em um eventual segundo turno, se ele for e nós não formos, certamente nós vamos apoiá-lo. Se nós formos e ele não for, eu acredito que ele vai nos apoiar. Eu acho que nada que elimina as pontes, campanha é assim. Acho que quando não se entra no campo do pessoal, na questão moral ou nas acusações diretas, a gente tem como construir", disse o petista.
Questionado se já cogitava um apoio a Haddad no segundo turno durante entrevista à Rádio CBN nessa quarta-feira (19), Ciro disparou: "Nem a pau, Juvenal. Eu não cedo a instituto de pesquisa a minha responsabilidade com o meu país". No dia anterior, Fernando Haddad afirmou, na mesma rádio, que tinha certeza que o pedetista ou apoiaria.
O candidato pelo PT vem ao Recife neste sábado (21), onde fará caminhada a partir das 11h saindo da Praça Maciel Pinheiro, no centro do Recife, em direção a Praça do Diário, onde realiza um ato público. Á tarde, ele viaja para Petrolina, no Sertão do São Francisco e no domingo, visita ainda Caruaru, no Agreste do Estado.
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Marília Arraes
Humberto também saiu em defesa da vereadora do Recife e candidata a deputada federal Marília Arraes (PT), indiciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por peculato por supostamente empregar quatro funcionários fantasmas. Ela nega a acusação. "Quero manifestar a minha estranheza. Como é que um assunto que existe, se é que existe ou existiu a três anos atrás, foi investigado vai ser divulgado faltando 15 dias para a eleição?" questionou Humberto.
O senador teve divergências com Marília devido a articulação nacional entre PT e PSB que resultou na retirada da candidatura dela ao Governo de Pernambuco e na volta do PT para a Frente Popular de Pernambuco. Com isso, Humberto tornou-se candidato ao Senado Federal na chapa encabeçada pelo governador Paulo Câmara (PSB). Marília chegou a afirmar que não votaria nele. "Eu conheço Marília já há algum tempo. Esse tempo todo que ela estava no PT sempre teve em uma posição muito ética, muito correta. Nunca ouvi dizer de qualquer prática que ela tivesse que pudesse ser de alguma maneira contestada ou criticada e eu tenho impressão que isso aí é coisa da eleição e depois vai ser arquivado e não creio que ela não tenha cometido nenhuma irregularidade", disse Humberto.
João da Costa
O PT também enfrentou um racha interno nas eleições da Prefeitura do Recife em 2012, quando a Executiva Nacional impôs a candidatura do próprio Humberto no lugar do ex-prefeito João da Costa. Este último venceu as prévias da sigla contra o então deputado federal Maurício Rands, que agora é candidato ao governo de Pernambuco pelo PROS.
Naquela eleição, Geraldo Julio (PSB) foi eleito prefeito do Recife, com 51,15% dos votos. Humberto ficou em terceiro lugar, obtendo 17,43% dos votos, atrás de Daniel Coelho (PPS), então no PSDB, que teve 27,65% dos votos.
Durante a sabatina, o senador admitiu ter sido um "grande erro" aceitar ser o candidato. "Eu cometi, mas fui induzido a cometer também. Porque como houve aquela disputa no final a direção do PT nacional achou que o ideal seria ter um terceiro nome, como se pudesse representar um consenso. E eu acreditei que isso poderia acontecer, que eu poderia ter o apoio de todos os partidos que estavam na Frente Popular. Na verdade, o ideal era que o próprio João da Costa tivesse sido o candidato. Essa lição eu aprendi", confessa o petista, que afirmou que não tem mais pretensão de disputar a eleição municipal ou nenhuma do Poder Executivo.