Os mercados confirmaram, nesta terça-feira, sua preferência eleitoral, reagindo com forte alta à ampliação da vantagem do candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais no próximo domingo.
O cenário apresentado pela pesquisa do Ibope, que deu a Bolsonaro 10 pontos de vantagem (31% a 21%) e colocou-o no mesmo nível de Haddad na votação de segundo turno, foi confirmado pelo Datafolha à noite, que trouxe diferença de 11 pontos (32% a 21%).
Nas duas pesquisas, Bolsonaro cresceu quatro pontos em relação à semana passada, enquanto Haddad ficou estagnado ou perdeu um ponto.
Ibovespa
O índice Ibovespa, o principal da Bolsa, fechou com alta de 3,80%, com forte desempenho de empresas estatais - algumas das quais o principal assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, planeja privatizar total ou parcialmente se o ex-capitão do Exército chegar ao poder.
As ações preferenciais da Petrobras tiveram alta de 8,67%, e as da Eletrobras, de 11,45%.
Também operaram com alta as ações do setor bancário, como Bradesco ON (5,89%) e Santander (7,44%).
O dólar comercial caiu pelo segundo dia seguido, recuando 2,08%, a R$ 3,935, seu menor valor desde agosto. Em meados de setembro, a moeda americana alcançou R$ 4,19, um recorde histórico.
"O mercado está otimista com Bolsonaro", depois das pesquisas que apontaram sua ascensão, afirmou André Perfeito, da consultoria Spinelli.
Os investidores apostaram inicialmente em candidatos ao centro que nunca se destacaram, como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
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Com a confirmação resultado positivo para Bolsonaro na pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, em que ele aparece com 32%, a euforia "vai pegar forte [na Bolsa] nos próximos dias", prevê Perfeito.
O especialista aponta que Bolsonaro ainda enfrenta altos índices de rejeição na pesquisa do Ibope divulgada na segunda-feira (44%) que "não garantem sua vitória".
O mercado se animou com a possibilidade de Haddad ser derrotado, mas ainda "não precificou" uma vitória de Bolsonaro, avaliou Perfeito.