ELEIÇÕES 2018

A campanha digital de Bolsonaro e analógica do PT

JC acompanhou grupos de WhatsApp de apoio a Jair Bolsonaro (PSL)

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 21/10/2018 às 8:31
Foto: Paulo Veras/JC
JC acompanhou grupos de WhatsApp de apoio a Jair Bolsonaro (PSL) - FOTO: Foto: Paulo Veras/JC
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Na última semana, o JC acompanhou a troca de mensagens em cinco grupos de WhatsApp de apoiadores favoráveis à campanha de Jair Bolsonaro. Juntos, eles somam 925 participantes de todo o País. Dois deles são administrados por números de telefone de fora do Brasil. A maioria dos usuários é homem.

Na troca frenética de mensagens, acabam se misturando críticas verdadeiras e falsas ao PT, assim como muitos memes. A maior parte do conteúdo é formada por fotos e vídeos. Os poucos links são de vídeos no Youtube. Muitas mensagens são identificadas como encaminhadas. É comum que a mesma foto seja postada várias vezes ao longo do dia.

De forma geral, os seguidores são eleitores convictos de Bolsonaro e críticos do PT. O único momento de dúvida ocorreu na última quinta-feira (18), quando a Folha de S.Paulo publicou reportagem o suposto impulsionamento irregular de mensagens a favor do presidenciável na rede. “A gente acredita que o cara é honesto mas é f... isso”, afirmou um seguidor de Minas Gerais. “Você acha que o PT não vai fazer de tudo pra derrubar o Bolsonaro”, respondeu outro integrante do interior de São Paulo.

Em outra frente, cartazes apócrifos com mensagens favoráveis à campanha de Fernando Haddad e com críticas pesadas a Bolsonaro foram espalhados por ruas da Várzea e da Boa Vista, no Recife. As mensagens, que emulam uma estratégia calculadamente amadora e não trazem o CNPJ da campanha petista, se assemelham a uma versão analógica e offline do que circula pelo WhatsApp. Sinal da disparidade entre as duas mobilizações de eleitores.

O que diz o TSE?

A reportagem perguntou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a Justiça Eleitoral tem fiscalizado a campanha no WhatsApp e em outros aplicativos de troca de mensagens, e se há resoluções que regulamentem a campanha nesses programas. Também questionou se é possível tomar medidas contra eventual propaganda irregular ou difamatória emitida por números de fora do País.

O TSE respondeu que a campanha na internet já é regida por uma resolução e que se reuniu com representantes do WhatsApp, via videoconferência, quando eles ofereceram um programa que permite o envio de mensagens para mais números, em uma tentativa de ajudar a combater a desinformação no Brasil. Afirmou, ainda, que tem tomado medidas quando é demandado por entidades legítimas, como o Ministério Público e os partidos políticos.

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