ELEIÇÕES 2018

Em comício com Haddad, Mano Brown faz críticas ao PT

O rapper afirmou que o partido "não conseguia falar a língua do povo, tem que perder mesmo"

JC Online com Agência Estado
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Publicado em 24/10/2018 às 10:54
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O rapper afirmou que o partido "não conseguia falar a língua do povo, tem que perder mesmo" - FOTO: Foto: AFP
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Após Cid Gomes fazer duras críticas ao PT em pleno ato pró-Haddad, Mano Brown repetiu o feito em comício petista realizado na noite desta terça-feira (23). O rapper chamou atenção em um discurso de mais de três minutos, feito diante de Fernando Haddad (PT) e outros convidados, repleto de críticas contra o PT. Para o rapper, a eleição já estava decidida e o Partido dos Trabalhadores "não conseguia falar a língua do povo, tem que perder mesmo".

"Vim apenas me representar. Não gosto do clima de festa. A cegueira que atinge lá, atinge aqui também. Isso é perigoso. Não tá tendo clima pra comemorar", disse o cantor no evento realizado nos arcos da Lapa. "Tem sei lá, quase 30 milhões de votos pra alcançar aí. Não temos nem expectativa nenhuma para alcançar, para diminuir essa margem", apontou, desacreditado
Na ocasião, estavam presentes também Guilherme Boulos, candidato no primeiro turno pelo PSOL, e Manuela D'avila, do PCdoB, candidata a vice pela chapa do PT. Além deles, um grande números de apoiadores do partido e do presidenciável estavam no local, e vaiaram o discurso de Mano Brown.

"Tenho amigos que eu não tenho mais como olhar no rosto deles por causa de política. Não vim aqui pra ganhar voto porque eu acho que já tá decidido. Agora, se falhou, vai pagar, quem errou vai ter que pagar mesmo”, continuou o rapper. ão gosto do clima de festa. O que mata a gente é a cegueira e o fanatismo. Deixou de entender o povão já era. Se nós somos o Partido dos Trabalhadores, o partido do povo, tem que entender o que o povo quer. Se não sabe, volta pra base e vai procurar saber. E as minhas ideia é essa, fechou”, completou.

Classe artística defende Mano Brown

Caetano Veloso, que participava do comício, defendeu o rapper afirmando que sua fala representa a complexidade do momento e concordou que não seria hora de festa. "Temos que encontrar meios de dizer a esses eufóricos [eleitores de Bolsonaro] do perigo à democracia", afirmou. Chico Buarque, também presente no evento, reforçou sua defesa a Mano Brown. Segundo o cantor, ele entende o sentimento de Brown, mas ainda acredita na vitória de Haddad.

"O que ele disse é sério", diz Haddad

O ato foi organizado para demonstrar apoio da classe artística a Haddad. O tom majoritariamente otimista inflamou o público - a organização falou, ao microfone, em 70 mil pessoas na praça abaixo dos Arcos da Lapa - e contrastou com o discurso do rapper Mano Brown. 

Ao discursar no encerramento do ato, Haddad disse que entendia e respeitava o que disse Brown. "O que ele disse é sério", afirmou o candidato do PT, defendendo que é preciso "dar razão" às pessoas que estão votando em Bolsonaro não porque confiam nele, mas porque "estão desesperadas". "Temos que, nesta semana, abraçar essas pessoas, que sempre estiveram conosco", afirmou Haddad.

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