IPOJUCA

Moradores de Ipojuca ocupam a sede da prefeitura reivindicando novas eleições

O resultado da eleição municipal de outubro foi invalidado após o candidato mais votado, Romero Sales (PTB), ter a candidatura impugnada pelo TRT-PE

JC Online
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Publicado em 06/01/2017 às 10:18
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O resultado da eleição municipal de outubro foi invalidado após o candidato mais votado, Romero Sales (PTB), ter a candidatura impugnada pelo TRT-PE - FOTO: Foto: Ramos Júnior/Cortesia
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Atualizada às 11:52

A ocupação da Prefeitura Municipal de Ipojuca, no litoral sul do Estado, terminou em confusão envolvendo guardas municipais e manifestantes. Vereadores da oposição à gestão interina chegaram a ser atingidos por spray de pimenta.

De acordo com moradores, a confusão começou quando cinco vereadores que apoiam o movimento chegaram ao prédio, por volta das 10h30. São eles: Gilmar (PTC), Alberico da Cobal (PMDB), Washington (PHS), Pastor Rildo (PTC) e Genival (PTN). A correria começou quando os guardas usaram spray de pimenta para dispersar o protesto. Alguns manifestantes chegaram a pular as janelas para sair do prédio. Após a desocupação da sede municipal, os vereadores subiram em um trio elétrico que parou em frente ao local e fizeram discursos para que a reivindicação fosse mantida.

A gestão interina é do novo presidente da Câmara, Irmão Ricardo (PTC), aliado do ex-prefeito Carlos Santana (PSDB), derrotado nas eleições de outubro. O mais votado, Romero Sales (PSDB), foi impugnado pela Justiça Eleitoral por improbidade administrativa quando era vereador.

Novas eleições

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) convocou novas eleições e agendou para o dia 24 de janeiro a sessão que definirá os detalhes do novo pleito. Como a nova votação está prevista para abril, os manifestantes afirmam que há a possibilidade de organizá-la em um prazo menor e reivindicam celeridade no processo à Justiça Eleitoral. O grupo chegou à sede municipal por volta das 7h30, declarando que ocupariam a prefeitura até a chegada de um representante do TRE.

Antes da convocação de novas eleições, Carlos Santana entrou no TSE com um recurso para tentar tomar posse, caso que pode chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da previsão de novas eleições, apesar do recurso do adversário à Justiça Eleitoral, Romero Sales já anunciou sua esposa, Célia Sales (PTB), para disputar no seu lugar. O pré-candidato a vice na chapa é Leno Alves, do PTN, que também disputou o pleito em outubro.

Entenda

Os moradores do município de Ipojuca invadiram o prédio da prefeitura da cidade, reivindicando a realização de novas eleições até março. O grupo declarou que a sede da gestão municipal só será desocupada mediante a chegada de representantes da Justiça Eleitoral para discutir detalhes do novo pleito.

Os manifestantes estão distribuindo panfletos com a frase: "Queremos o nosso direito de escolha, o nosso vereador não é prefeito". Os moradores de Ipojuca haviam marcado um protesto para esta sexta-feira (6), na sede do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRT-PE), na Avenida Agamenon Magalhães, no Derby, área central do Recife. No entanto, mudaram a estratégia e cancelaram a manifestação para ocupar a sede da prefeitura.

O resultado da eleição municipal de outubro foi invalidado após o candidato mais votado, Romero Sales (PTB), ter a
candidatura impugnada pelo TRT-PE, decisão referendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sales já foi vereador de Ipojuca por cinco vezes e, na última, condenado por improbidade administrativa.

Sob muita confusão, o agora ex-prefeito Carlos Santana (PSDB) ficou em segundo lugar no pleito, mas conseguiu eleger o aliado Irmão Ricardo (PTC) para a Presidência da Câmara, que está na prefeitura interinamente até as novas eleições. Enquanto o tucano tenta na Justiça Eleitoral uma última estratégia para assumir a prefeitura, através de um recurso ao TSE que pode chegar ao Supremo Tribubal Federal (STF), o adversário já apresentou a esposa, Célia Sales (PTB), como pré-candidata.

"A cidade está o caos. Em todo bairro onde você chega é uma situação de terror. O medo é porque o povo não é ouvido", afirmou uma das manifestantes ao Blog de Jamildo nessa quinta-feira (5).

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