Reeleito presidente da Câmara dos Deputados, com 293 votos, na tarde desta quinta-feira (2), o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) é um dos 51 políticos citados no depoimento, vazado de forma informal, do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho. Maia aparece na planilha da empreiteira como o "Botafogo", time pelo qual o parlamentar torce.
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Melo Filho é um dos 77 delatores da Odebrecht na Lava Jato que teve os depoimentos homologados pela presidente do Supremo Tirbunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, no fim de janeiro deste ano. Parte do conteúdo do depoimento do diretor foi vazada antes mesmo da homologação, e apontava o recebimento de R$ 600 mil da Odebrecht por parte de Maia.
Ainda segundo o ex-executivo, o democrata, no ano de 2013, garantiu o apoio para a aprovação da Medida Provisória 613, que trata sobre isenções para a indústria do setor químico e seria de interesse direto da Odebrecht, segundo o delator.
Rodrigo Maia teria se encontrado com Melo Filho e pedido o pagamento de R$ 100 mil para a quitação de dívidas de campanha para a prefeitura do Rio de Janeiro. Em troca, o parlamentar garantiria a articulação necessária para aprovação da medida.
Candidato de Temer
Rodrigo Maia teve que enfrentar a judicialização de sua candidatura. Com o apoio de Michel Temer e do maior bloco de partidos da Câmara, o deputado garantiu que dará prosseguimento às reformas propostas pelo Presidente da República. "(Vamos trabalhar para ter) um parlamento reformista, que entregue em 2018, um País crescendo, gerando empregos e com taxa de juros com menos de dois dígitos", afirmou Maia, o primeiro dos seis candidatos a discursar. Ele defendeu também a rediscussão do Pacto Federativo para desconcentrar as receitas da União para os Estados e a aprovação "urgente" de uma reforma política. Rodrigo ainda defendeu a aprovação das reformas da Previdência e da legislação trabalhista para "tirar o Brasil do encilhamento".