NOMEAÇÃO SUSPENSA

Juíza que concedeu liminar contra Moreira Franco pede 'perdão' a Temer

''Perdoe-me por ser fiel aos seus ensinamentos ainda gravados na minha memória'', disse a juíza ao conceder liminar que anulou nomeação de Moreira Franco

Estadão Conteúdo
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Publicado em 10/02/2017 às 11:14
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''Perdoe-me por ser fiel aos seus ensinamentos ainda gravados na minha memória'', disse a juíza ao conceder liminar que anulou nomeação de Moreira Franco - FOTO: Foto: Lula Marques/ AGPT
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"Ao mestre com carinho." É com essa última e singela ironia que a juíza Regina Coeli Formisano finaliza a justificativa de concessão da liminar que anulou nessa quinta-feira (9), a nomeação de Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Mas a citação ao filme inglês de 1967, dirigido por James Clavell e estrelado por Sidney Poitier, foi apenas a "cereja do bolo" da peça escrita pela juíza - que em março do ano passado também foi a autora de uma das liminares contra a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff.

No caso do ministro de Temer, a juíza diz não ver outra razão para a nomeação "a não ser a possibilidade de conferir foro privilegiado ao senhor Moreira Franco" em razão das citações a ele em delação da Odebrecht na Operação Lava Jato. 

Juíza fez referência às obras de Temer

A juíza ainda faz referência às obras de Temer. "Peço, humildemente, perdão ao presidente Temer pela insurgência (...) Perdoe-me por ser fiel aos seus ensinamentos ainda gravados na minha memória, mas também nos livros que editou e nos quais estudei", diz.

"Por outro lado, também não se afigura coerente que suas promessas ao assumir o mais alto posto da República sejam traídas, exatamente por quem as lançou no rol de esperança dos brasileiros, que hoje encontram-se indignados e perplexos ao ver o seu presidente adotar a mesma postura da ex-presidente impedida e que pretendia, também, blindar o ex-presidente Luiz Ignácio (sic) Lula da Silva", afirma a juíza, em tom de provocação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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