Em entrevista realizada no Palácio do Campo das Princesas, o governador Paulo Câmara (PSB) declarou que Estado e a Polícia precisam dar dar uma resposta mais rápida no combate a violência, pois a "a população de Pernambuco está sofrendo". A fala do governador ocorreu após a ação violenta contra uma empresa de transporte de valores no bairro de Areias durante a madrugada desta terça-feira (21), que aterrorizou moradores da Zona Oeste do Recife. Os bandidos teriam roubado cerca de R$ 60 milhões de reais (valor ainda não confirmado).
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"Já vimos fatos semelhantes como esse ocorrendo em outros estados, mas aqui em Pernambuco nós precisamos dar respostas mais rápidas e emergenciais porque a população está sofrendo. E a população de bem não pode sofrer. A gente tem que atuar decisivamente, como a polícia vem atuando, e combater esses grupos profissionais que entraram e fizeram ações com armas contrabandeadas e com explosivos que não podem estar com eles, são de uso privativo e de controle do exército. São ações necessárias e emergenciais que nós vamos fazer em Pernambuco", afirmou o governador.
Câmara também elogiou a operação da polícia durante a ação. "Nossa polícia está preparada para ações como essa. Ela foi rápida e corajosa, ajudando a impedir um maior dano no local. Então isso também precisa ser colocado", afirmou.
O governador de Pernambuco também afirmou que irá cobrar ações do Governo Federal no combate ao contrabando de armas. "É fundamental ter ações rápidas do Governo Federal para que se evite o contrabando de armas e o contrabando de explosivos, definindo planos para proteger essas fronteiras e impedir que ações como a que ocorreu hoje possam se repetir aqui e em outros estados", concluiu.
Paulo Câmara havia viajado a São Paulo na segunda-feira (20) mas retornou ao Recife nesta terça-feira ao ser informado sobre a ação violenta.
Bandidos explodem empresa de segurança e tocam terror na Zona Oeste
Em uma ação cinematográfica, cerca de 20 criminosos armados com metralhadores e fuzis aterrorizaram moradores da Zona Oeste do Recife, na madrugada desta terça-feira (21). Arrombamento do cofre de uma empresa de transporte de valores, no bairro de Areias, envolveu intensa troca de tiros, três policiais feridos, muita destruição e carros incendiados. Até o momento, ninguém foi preso.
Base em Pernambuco e apreensões
Após a fuga dos suspeitos, a polícia iniciou uma série de perícias na sede da empresa, na Avenida Recife, nas vias onde os carros foram deixados e em um galpão de localidade não informada. Lá estaria a base montada pela quadrilha aqui no Recife. Quinze carregadores de rádio transmissor, dez carregadores de fuzis AK47, três rolos de cordeis explosivos e munição de metralhadoras ponto 50, que podem derrubar até helicópteros foram encontrados. Os comandantes das corporações também garantem que a quadrilha não é de Pernambuco. A investida, apesar de não ter semelhança com as demais explosões relizados no Estado, seguem o modus operandi de assaltos em outros estados do Brasil.
A Polícia Científica deslocou seis equipes para análises preliminares. Cilindros de oxigênio, luvas, bala clava, coletes e fardamentos que simulam os utilizados pela Polícia Federal foram encontrados e passarão por análise balística, levantamento de impressões e análises biológicas.
Brinks já teve R$ 85 milhões apreendidos
A Brinks, empresa de transportes de valores que foi alvo da ação de uma quadrilha na madrugada desta terça-feira (21), já esteve na mira da Polícia Federal no ano de 2015. Na época, durante a Operação Grande Truque, R$ 85 milhões foram apreendidos por suspeita de crimes como lavagem de dinheiro, instituição financeira clandestina e caixa dois. Na ocasião, um gerente da empresa também foi preso pela PF.
Dos R$ 85 milhões apreendidos, R$ 25 milhões estavam em real e o equivalente a R$ 60 milhões foram encontrados em moedas estrangeiras. Entre as moedas havia dólares americanos, australianos e canadenses, francos suíços, libras esterlinas, euros, ienes, pesos argentinos, chilenos, mexicanos, colombianos e uruguaios, além de randezar, iuans e coroas norueguesas, dinamarqueses e suecas.
Segundo a PF, a empresa de segurança e transporte de valores comercializava ilegalmente moedas estrangeiras em Pernambuco e São Paulo. O gerente que havia sido preso foi liberado após o pagamento de fiança. Na época da operação, o homem não teve a identidade revelada, mas a polícia confirmou que ele era natural do Rio de Janeiro e residia no bairro de Boa Viagem.
Confira abaixo a nota da Polícia Federal.
"A Brinks foi alvo de uma operação realizada pela PF chamada Grande Truque no ano de 2015 e em em virtude de tais irregularidades, a PF instruiu 2 processos que culminaram com o cancelamento punitivo das atividades da empresa no ano de 2015 - porém, a BRINKS recorreu e conseguiu junto à justiça a suspensão dos dois processos da PF e vinha desenvolvendo suas atividades por força de decisão judicial."
Oposição pressiona por Força Nacional
A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vem pressionando o governador para que ele solicite ao governo federal o envio da Força Nacional para reforçar a segurança durante o Carnaval.
Neste sentido, o grupo protocolou um ofício encaminhado ao governador às 11h desta terça-feira (21), no Palácio do Campo das Princesas.
Além do pedido ao governador, a oposição encaminhou, também nesta terça-feira, ofícios ao Ministro da Justiça e da Defesa pedindo apoio do Governo Federal, em caráter de urgência.