8 de Março

Gleisi Hoffmann defende que mulheres façam greve geral

Senadora petista convocou mulheres para se absterem de todas as atividades, inclusive sexual

Editoria de Política
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Publicado em 08/03/2017 às 12:30
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Senadora petista convocou mulheres para se absterem de todas as atividades, inclusive sexual - FOTO: Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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A senadora Gleisi Hoffmann (PT) defendeu que as mulheres aproveitem o dia 8 de março para fazer uma greve geral. De acordo com a parlamentar em sessão no plenário do Senado na última segunda-feira (6), neste ano, a luta precisa ser diferente de protestos, reinvindicações e comemorações dos anos anteriores e chamou as mulheres brasileiras para aderirem o movimento internacional de suspender toda mão de obra feminina. A proposta visa o impacto da necessidade do trabalho feminino na sociedade. 

Para isso, a senadora petista sugeriu que as mulheres paralisassem as atividades nas escolas, nas próprias casas, as atividades domésticas, nas áreas de atuação no trabalho e até a abstenção sexual. “Queremos parar com tudo para mostrar o que representamos à sociedade”, explicou. 

Durante discurso, Gleisi afirmou que o “feminismo empresarial” não representava a maioria das mulheres, muitas pobres e donas de casa que precisam de leis mais abrangentes e inclusivas, que reconheçam o valor do trabalho dessas na sociedade: “O 8 de Março tem de ser mais aguerrido, mostrando as mulheres na rua, mostrando o poder que elas tem. O nosso feminismo agora tem que ser para 99% das pessoas”. 

Críticas a gestão Temer

A senadora criticou o fato da gestão Temer enviar proposta de reforma retirando alguns direitos já adquiridos pelas mulheres e afirmou que, apesar da reação de oposição ao governo e a própria figura do presidente, a forma com que os protesto vem sem realizados não são eficientes. “Mulheres do mundo inteiro vão estar nas ruas contra todas as violências e aqui no Brasil não basta apenas nos opor às políticas do governo Temer – que são políticas misóginas, homofóbicas, racistas, governos de homens brancos e ricos – ou ao próprio Temer.  A forma de fazer política é atrasada e abriu na sociedade uma porta para que posições fascistas, machistas, de intolerância se manifestassem na sociedade contra as mulheres e contra os diferentes e atinge também as nossas crianças”, disse.  

A parlamentar ainda criticou a postura de alguns colegas de plenários em reproduzir discursos sexistas e machistas, por vezes desmerecendo a luta feminina.  “Nós estamos vendo uma reação pelos direitos conquistados pelas mulheres sem precedentes na nossa história, basta ver aqui no Brasil, os discursos que fazem alguns políticos, discursos misóginos contras mulheres, discursos de desrespeito , não considerando nossos direitos, achando que as mulheres tem mais direitos do que deveriam ter. Nós vemos exacerbados nesse momento da história da humanidade o sexíssimo, o racismo, a xenofobia, a transfobia. E todos estão articulados para retirar os direitos e as garantias que foram conquistados pelas mulheres através de muitos anos de luta. A greve é para isso, para chamar atenção para isso”. 

Gleisi ainda propôs que os senadores passassem um dia sem os serviços femininos, incluindo os serviços domésticos, como uma experiência para identificar a importância desse trabalho. “Gostaria de saber como que os nossos companheiros aqui desse plenário iriam se virar sem o trabalho feminino dentro de casa. Sem o trabalho das filhas, das esposas, das empregadas domésticas. Pois é, é desse trabalho desse trabalho que sustenta o que nos fazemos, o dia a dia fora de casa, que estamos falando. E quando nós discutimos para aprovar a aposentadoria da dona de casa, que aprovamos. Pusemos na constituição e agora esse governo nefasto vai tirar, é disso que estávamos falando”, criticou.  

Confira discurso na intégra: 

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