A partir da próxima semana, a força-tarefa da Lava Jato deve começar a elaborar um material sobre o acordo firmado com a Odebrecht para ser repassado para o MPF e para Ministérios Públicos de todos os estados que receberão processos decorrentes das delações da Odebrecht. Ainda não está fechado se a Lava Jato viajará o País ou se convocará os MPs para uma reunião unificada em Curitiba. Em abril, o ministro Edson Fachin, relator da investigação no STF, remeteu 201 petições contra pessoas sem foro privilegiado para outras instâncias da Justiça.
"Tem um acordo com a empresa que precisa ser levado a cada um desses órgãos para que haja adesão. Nós vamos ter que fazer um trabalho de convencimento e de mostrar que há muitas provas ainda que podem ser úteis para as investigações", afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima ao JC, após conceder entrevista ao programa Resenha Política da TV JC.
O trabalho não havia sido iniciado ainda porque a força-tarefa da Lava Jato estava esperando que os pedidos frutos das delações de 77 executivos da Odebrecht começassem a chegar às outras instâncias.
"A parte do Supremo deve ter chegado ou está para chegar. Porque lá para o doutor Moro já chegou o material de Curitiba. Agora, esse nosso material, nós vamos começar a trabalhar isso a partir da próxima semana, que o foco vai ser o acordo da Odebrecht e como nós vamos distribuí-lo pelo País", explicou o procurador.
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Ele evitou afirmar se novas figuras de Pernambuco podem ser investigadas, mas ressaltou que os executivos da Odebrecht podem prestar depoimentos às equipes de investigação nos estados. "Com certeza, em todos os lugares, se o Ministério Público ou a polícia entenderem que é necessário maiores esclarecimentos, eles vão ter que ouvir. É natural que seja assim", descreveu.
ODEBRECHT
Apesar de afirmar que não é possível prever quando a Lava Jato terminará, o procurador disse que a investigação "já passou da metade". Para os próximos seis meses, ele diz que o grupo de Curitiba vai se debruçar sobre os desdobramentos das delações dos executivos da Odebrecht. "Vamos ter que ouvir novamente esses executivos para aprofundar os depoimentos preliminares que eles fizeram", adiantou.
Carlos Fernando negou que a força-tarefa esteja negociando um acordo de delação com o ex-ministro Antonio Palocci (PT).