Perícia

PF diz que ainda não recebeu gravador de Joesley

O gravador foi usado pelo executivo Joesley Batista, da JBS, para gravar a conversa com o presidente Temer na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.

JC Online
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Publicado em 22/05/2017 às 13:35
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O gravador foi usado pelo executivo Joesley Batista, da JBS, para gravar a conversa com o presidente Temer na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu. - FOTO: Foto: Reprodução
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A Polícia Federal informou nesta segunda-feira, 22, que ainda não recebeu o gravador usado pelo executivo Joesley Batista, da JBS, para gravar a conversa com o presidente Michel Temer na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu. Os peritos criminais federais que vão analisar o áudio reputam "fundamental" examinar o equipamento que o empresário usou.

Os peritos atuam no Instituto Nacional de Criminalística, órgão central de perícias da Polícia Federal. A PF pediu à Procuradoria-Geral da República que providencie a entrega do gravador. Os áudios dos diálogos de Joelesy e de outros executivos da JBS com os alvos da Operação Patmos já estão na PF - além de Temer, gravado por Joesley, são investigados o senador Aécio Neves (PSDB/MG) e o deputado Rocha Loures (PMDB/PR), aliado do presidente.

Temer, alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de corrupção passiva, obstrução da investigação e participação em organização criminosa, alega que a gravação de sua conversa com Joesley foi editada e manipulada. Seu defensor, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, pediu a suspensão do inquérito até que a perícia federal seja realizada. O Plenário do STF vai decidir na quarta-feira.

A PF já recebeu os quesitos apresentados pela Procuradoria-Geral da República e pela defesa do presidente para elaboração do laudo pericial. Mas os peritos insistem que é "fundamental" o gravador utilizado por Joesley.

"Em análise técnica preliminar, o Instituto Nacional de Criminalística apontou que é fundamental ter acesso ao equipamento que realizou as gravações originais. Por esse motivo, a PF oficiou à Procuradoria, solicitando o aparelho", destacou a PF, em nota divulgada neste domingo, 21.

A PF assinalou que "não há prazo inicial estipulado para conclusão dos trabalhos periciais, especialmente diante da necessidade apontada de perícia também no equipamento".

Desde que firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria, Joesley se mudou com a família para Nova York - sua saída do País, sem tornozeleira eletrônica, faz parte do pacto.

Investigadores avaliam que este é o acordo mais "generoso" da Lava Jato. Joesley e seu irmão, Wesley, vão pagar R$ 110 milhões cada um. O grupo tenta acordo de leniência, mas oferece um valor pouco superior a R$ 1 bilhão - a Procuradoria exige mais de R$ 11 bilhões.

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