À frente da quinta maior bancada da Câmara, o líder do PSD, deputado Marcos Montes (MG), defendeu nesta quinta-feira (25) o nome do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como candidato à Presidência da República em eventual eleição indireta, caso o presidente Michel Temer seja cassado ou renuncie. Maia é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal no contexto da Operação Lava Jato.
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Para o parlamentar mineiro, um eventual substituto de Temer tem de sair do Parlamento. "Minha tese é que, se por ventura houver eleição indireta, o Congresso tem bons nomes, e o do Rodrigo Maia aparece com destaque, pelo bom trabalho que vem fazendo e por ter trânsito em todas as alas partidárias", disse Montes à reportagem.
Com uma bancada de 37 deputados e cinco senadores, o PSD comanda hoje o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O cargo é ocupado pelo presidente licenciado da legenda, ministro Gilberto Kassab. O político paulista já foi do DEM de Maia, antes de fundar o PSD em março de 2011.
Montes foi o primeiro líder de um grande partido da base a declarar publicamente apoio a uma candidatura de Maia. Ele se soma a lideranças de outras legendas médias e nanicas que defendem publicamente ou nos bastidores a candidatura de Maia.
Até o momento, já se declararam apoio público lideranças do Solidariedade, cuja bancada tem 14 deputados, e dos nanicos PEN e PTdoB. Nos bastidores, Maia tem entusiastas no PTN, PPS, PSB, DEM e PP.
Motivos
Defensores do nome de Maia elencam pelo menos três fatores que favorecem a candidatura dele a presidente da República. O primeiro é a boa relação com a oposição, que o apoiou nas duas eleições para o comando da Câmara. Deputados do PT e PCdoB falam que o foco será a defesa de eleições diretas, mas, em reservado, admitem apoio.
Outro fator seria o apoio de Maia dentro da própria base. Aliados lembram que o parlamentar fluminense foi reeleito em fevereiro deste ano no primeiro turno da disputa pela presidência da Câmara.
Deputados desses partidos lembram que uma eventual candidatura de Maia acrescentaria mais um cargo para entrar nas negociações, facilitando um acordo. Em uma eventual eleição indireta, estarão em disputa os cargos de presidente e vice-presidente. Se o parlamentar fluminense for candidato a um desses postos, a presidência da Câmara ficará vaga.
Os cenários traçados por aliados de Maia preveem que esses três cargos podem ser divididos entre PMDB, PSDB e DEM. Com essa aliança, acreditam que poderia haver um "acerto" para preservar grande parte da equipe de ministros de Temer, mantendo o foro privilegiado deles, a maioria investigada pela Lava Jato.