O presidente Michel Temer decidiu manter seus planos de viajar para Rússia e Noruega na próxima semana, apesar da crise política e das denúncias que pesam contra ele.
Com a missão de "vender o Brasil" e atrair investimentos, Temer estará em Moscou, em 20 e 21 de junho, seguindo para Oslo, onde ficará nos dia 22 e 23, confirmaram fontes do Planalto à AFP.
A agenda na Rússia será dedicada a captar investimentos nas áreas de gás e petróleo e, na Noruega, a projetos ambientais e de energia limpa.
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No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito contra Temer por corrupção, formação de organização criminosa e obstrução de Justiça, após a divulgação de uma gravação feita por um dos donos da JBS, Joesley Batista. Nela, Temer parece dar aval a pagamento de propina.
Além disso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar em breve um pedido de denúncia formal contra o peemedebista. Para ser analisado pelo Supremo, esse procedimento precisa obter a aprovação de dois terços da Câmara dos Deputados.
A estratégia de Temer consiste em defender a ideia de que a denúncia é "frágil" e "inconsistente", disseram fontes consultadas pela AFP.
Estratégia
Agora, o Planalto corre contra o tempo para evitar que o presidente viaje como denunciado, ou que seja denunciado enquanto estiver fora.
Se a denúncia se concretizar, porém, o Planalto aposta em acelerar o trâmite para pôr fim ao clima de incerteza e continuar com sua agenda de reformas.