O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, divulgou nota neste sábado, 17, rebatendo as acusações do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. Em entrevista à Revista Época, o executivo afirmou que Moreira faria parte de uma "organização criminosa".
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"É surpreendente a ousadia e a desenvoltura em mentir do contraventor Joesley Batista. Estive com ele uma única vez, em um grupo de brasileiros, numa viagem de trabalho em Pequim, ocasião em que me foi apresentado. E nunca mais nos encontramos. Seu juízo a meu respeito é o de quem quer prestar serviço e para tal, aparenta um relacionamento que nunca existiu", diz a nota de Moreira Franco, na íntegra.
Temer
Na entrevista, Joesley Batista afirma que o presidente Michel Temer é "chefe de organização criminosa" e que "quem não está preso está hoje no Planalto", citando diretamente Moreira Franco e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Mais cedo, o presidente Temer disse por meio de nota que irá processar o empresário.
Lula e PT
Joesley destacou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT "institucionalizaram a corrupção no Brasil". Em uma entrevista que durou mais de quatro horas e rendeu reportagem de 12 páginas à revista, o empresário contou detalhadamente quem, como e quando se institucionalizou a corrupção do País. "Foi do governo do PT para frente. O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção", disse Batista ao ser perguntado pela revista quando o processo começou, ressaltando, contudo, que "o modelo do PT foi reproduzido por outros partidos".
De acordo com o dono da JBS, "o que houve no Brasil foi a proliferação de organizações criminosas". Segundo Batista, houve criação de núcleos, com divisão de tarefas entre os integrantes, em Estados, ministérios, fundos de pensão, bancos, BNDES.
Defesa de Lula
O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, comentou as acusações de Joesley Batista contra o petista. Em comunicado à imprensa, Martins afirmou que Batista "foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente".
"A entrevista de Joesley Batista tem que ser entendida no contexto de um empresário que negocia o mais generoso acordo de delação premiada da história. Mesmo nesse contexto, Batista foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente Lula. Considerações genéricas e sem provas de delatores não podem ser consideradas como dignas de crédito e não têm qualquer valor jurídico", afirmou.
Questionado sobre os motivos pelos quais não gravou conversas comprometedoras com o ex-presidente também, Joesley Batista afirmou que nunca tratou, diretamente, de propina com Lula. "Nunca tive conversa não republicana com o Lula. Zero. Eu tinha com o Guido. Conheci o Lula no final de 2013", explicou ao fazer referência ao ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.