A Polícia Federal protocolou a entrega, no Supremo Tribunal Federal (STF), do relatório final do inquérito contra o presidente Michel Temer, na tarde desta segunda-feira (26). No documento, além das conclusões da PF, está também o resultado da perícia oficial feita na gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente, pela qual foi possível chegar à conclusão que não houve qualquer tipo de adulteração no áudio.
Leia Também
- Temer defende reformas e diz que ''não há plano B''
- Temer chama empresários russos de 'soviéticos'
- Barroso rebate Gilmar e defende investigações que atingem Temer
- 'Nada nos destruirá; nem a mim, nem aos nossos ministros', diz Temer
- Temer: Houve parada na reforma da Previdência, mas ela será retomada
- PF conclui que áudio de diálogo de Temer não foi adulterado
A perícia, realizada no Instituto Nacional de Criminalística, relaciona as interrupções ao gravador utilizado pelo empresário. Com a entrega do documento, antes da apresentação da denúncia, a gravação, agora com trechos obscuros da conversa mais audíveis, poderá ser arrolada pela Procuradoria-Geral da República.
Votação
O prazo máximo para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar a denúncia contra Michel Temer se esgota nesta terça-feira (27). O material entregue pela PF deverá fazer parte da primeira, das três denúncias que devem ser apresentadas por Janot.
Especula-se que, primeiro, o presidente será denunciado por corrupção passiva, para depois ser alvo das denúncias por obstrução à justiça e organização criminosa.
Mesmo com a apresentação da denúncia, Michel Temer só se torna réu no Supremo após a liberação da Câmara dos Deputados. O processo só prosseguirá no STF se a denúncia for aprovada no plenário com os votos de pelo menos dois terços dos deputados, ou seja, 342 votos, como estabelece a Constituição.