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Em pronunciamento, Temer ataca Janot e diz que 'denúncia é uma ficção'

Presidente afirmou ser alvo de um ilação, suposta dedução de Janot sobre sua culpa

JC Online
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Publicado em 27/06/2017 às 16:08
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Presidente afirmou ser alvo de um ilação, suposta dedução de Janot sobre sua culpa - FOTO: Foto: ABr
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 Em um "esclarecimento", feito na tarde desta terça-feira (27), o presidente Michel Temer voltou a atacar a denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e alertou que a prova apresentada contra ele é ilícita. Segundo Temer, a "denúncia é uma ficção" e o procurador o acusa através de um novo mecanismo penal, a "ilação".

"Sou da área jurídica, não me impressiono com os fundamentos ou quem sabe até a falta de fundamentos jurídicos, sei bem como são essas coisas (... ) sobre o foco jurídico, minha preocupação é mínima", confessou o político à imprensa e aos vários aliados presentes.

Ilação

Temer foi denunciado por corrupção passiva, mas alegou que toda a denúncia faz parte de um ficção, acusando Janot de ter agido por meio de uma ilação, atribuindo ao presidente o crime cometido por outras pessoas. "Justamente neste momento que estamos colocando o País nos trilhos somos vítimas dessa infâmia de natureza política. Fui denunciado por corrupção passiva, afinal, onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem. Examinando a denúncia, percebo que reinventaram o código penal e incluíram uma nova categoria: denúncia por ilação. Se alguém cometeu um crime ou tirei uma fotografia ao lado de alguém, logo sou criminoso. Abriu-se um precedente perigosíssimo, permitindo as mais diversas conclusões sobre pessoas de bem e honestas", garantiu Michel Temer.

 

 Ministério Público

Para ilustrar a ideia de ilação, Temer resolveu relacionar a Janot o suposto caso de Marcelo Miller, ex-assessor próximo ao procurador. "O sonho de todo acadêmico de direito é prestar concurso para ser procurador. Esse senhor (Marcelo) deixa o emprego, abandona o Ministério Público para trabalhar na empresa que fechou delação com o procurador".

Ainda segundo Temer, Miller não cumpriu a quarentena necessário para um membro do MP deixar o órgão e trabalhar em uma empresa. "Ele ganhou milhões em poucos meses, o que talvez levaria décadas", disparou.

Em maio deste ano, o MPF já havia emitido nota sobre o caso. Na ocasião, foi esclarecido que Miller não participou da acordo da JBS.

Joesley Batista

Logo em seguida, o peemedebista voltou as críticas ao acordo de delação firmado por Joesley Batista. "(Miller) garantiu à empresa um acordo benevolente, tirando o patrão das garras da justiça. Ninguém nunca saiu com tanta impunidade", atestou.

Em meio a aplausos e gritos de "bravo", Temer encerrou seus esclarecimento garantindo que irá se defender até o fim. "Minha disposição é continuar a trabalhar pelo Brasil. Não fugirei das batalhas".

 

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