Os procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato afirmaram que vão recorrer da sentença do juiz Sérgio Moro para impor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva penas mais pesadas. Eles disseram discordar "em relação a alguns pontos" da decisão de Moro, que aplicou pena de 9 anos e 6 meses de prisão, mas não mandou prender o petista para evitar "traumas".
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O Ministério Público Federal (MPF) avalia que Lula merece pena mais alta porque Moro o absolveu dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo armazenamento de bens custeado pela OAS. Os procuradores consideram que a "sentença ostenta robusta fundamentação fática e jurídica, tendo analisado todo o enorme conjunto de provas apresentadas na denúncia e nas peças das defesas e produzidas na instrução da ação penal". "O processo tramitou às claras, com transparência, e permitiu amplas possibilidades para a defesa produzir provas e apresentar argumentos, os quais foram analisados detalhadamente pela Justiça", destacaram os procuradores, em nota.
"Com base nas provas, as quais incluem centenas de documentos, testemunhas, dados bancários, dados fiscais, fotos, mensagens de celular e e-mail, registros de ligações telefônicas e de reuniões, contratos apreendidos na residência de Lula e várias outras evidências, a Justiça entendeu que o ex-presidente é culpado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro de que foi acusado pelo MPF", escreveram os procuradores.
Segundo eles, a sentença de Moro não reconheceu apenas que o ex-presidente recebeu o valor correspondente ao tríplex e às reformas nele realizadas a título de pagamento de propinas pela OAS, que totalizaram mais de R$ 2 milhões, "mas também reconheceu que o ex-presidente Lula é responsável pelo esquema de corrupção na Petrobras. O caso focou especificamente nos crimes relacionados à empreiteira OAS".
Apartidária
Os procuradores afirmaram que a atuação do MPF "é apartidária, técnica e busca investigar e responsabilizar todas as pessoas envolvidas em atos de corrupção, além de devolver aos cofres públicos os valores desviados nesse gigantesco esquema criminoso". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo