O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a defender nesta quarta-feira, 19, a implantação da reforma política no País, mas criticou a proposta para a adoção do chamado "distritão" como sistema eleitoral. "O distritão é um absurdo. O nome está errado, não é distritão, é "estadão", é o estado inteiro, a campanha fica muito mais cara", disse Alckmin, argumentando que o sistema estimula o lançamento de poucos candidatos, o que prejudica a renovação da classe política.
"Se você só elege os 70 primeiros, que adianta lançar o candidato que tem 30 mil votos? Acho que o chamado distritão é pior que o modelo atual. É preciso tornar a campanha mais barata", defendeu.
Como informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, esta semana, deputados de ao menos dez partidos, entre eles o PMDB e o PSDB, já entraram em acordo para incluir a proposta do "distritão" no projeto de reforma política a ser discutido em agosto. Pelo sistema, são eleitos apenas os parlamentares mais votados em cada Estado, sem considerar quociente eleitoral ou voto em legenda. Para esse grupo, a proposta é uma alternativa para garantir a própria reeleição em meio ao descrédito cada vez maior da classe política nos últimos anos.
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O tucano também se mostrou contrário à "emenda Lula", como ficou conhecida a proposta para impedir a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições. "Nós somos uma Republica, todos são iguais perante a lei. Não tem sentido estabelecer lei que distingue quem pode ser preso quem não pode ser preso, não deve haver distinção", comentou.
O governador, que participou nesta manhã, no Palácio dos Bandeirantes, da assinatura de decretos abrindo dois programas de parcelamento de impostos para contribuintes inadimplentes no Estado, defendeu também a aceleração do ritmo das reformas no Congresso Nacional.
"Quero deixar claro que nós precisamos acelerar as reformas. Já temos uma importante que é a trabalhista (...) e (agora tem) a da Previdência, que é mais difícil, porque é PEC", afirmou o tucano.
Alckmin reiterou ainda sua posição de que o partido não precisa estar no governo de Michel Temer para apoiar as reformas e medidas de interesse do povo brasileiro.