Hemoderivados

Bancada de Pernambuco pressiona Temer para não construir fábrica no PR

Deputados e senadores do Estado acreditam que uma fábrica de hemoderivados em Maringá vai 'esvaziar' a unidade da Hemobras em Goiana

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Publicado em 20/07/2017 às 21:12
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Deputados e senadores do Estado acreditam que uma fábrica de hemoderivados em Maringá vai 'esvaziar' a unidade da Hemobras em Goiana - FOTO: Foto; reprodução
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A bancada de Pernambuco está pressionando o presidente Michel Temer para que o governo desista de construir uma fábrica de hemoderivados em Maringá, no Paraná, reduto eleitoral do ministro da Saúde, Ricardo Barros. Para os pernambucanos, a nova instalação vai "esvaziar" a unidade da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) construída em Goiana, a 62 km do Recife.

Deputados e senadores do Estado já estiveram com Barros para discutir o assunto, mas vão levar o caso até o presidente. Integrantes da bancada pernambucana têm se reunido com Temer para tratar do tema, e pretendem fazer uma reunião mais ampla na próxima semana, quando o peemedebista deve desembarcar em Pernambuco para uma agenda oficial.

Para o líder da bancada estadual, deputado João Fernando Coutinho (PSB-PE), Barros tem adotado um discurso "pouco transparente e pouco explicativo" sobre porque decidiu construir outra fábrica no Paraná. "Vamos procurar o presidente da República para conversar sobre o assunto. Somos 25 deputados e três senadores, de diferentes partidos, mas estamos todos unidos para impedir essa decisão inoportuna e oportunista", afirmou.

Segundo o deputado, já foi investido quase R$ 1 bilhão na fábrica em Pernambuco e a mudança de estratégia para a produção de hemoderivados no País "seria um atraso para o País e uma má utilização dos recursos já aplicados".

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo em junho, o ministro da Saúde deu início pessoalmente a uma negociação para a construção de uma fábrica de hemoderivados em Maringá (PR), seu reduto eleitoral. Pela proposta de Barros, um consórcio seria formado entre os laboratórios públicos estaduais Butantã (SP), Tecpar (PR) e a Hemobrás de Pernambuco. A parceria também envolve a empresa suíça Octapharma, citada na Operação Máfia dos Vampiros, desencadeada em 2014 para investigar um grupo de laboratórios que combinavam tarifas para fraudar licitações de derivados de sangue.

Investimento

Pela proposta, a Octapharma faria um investimento de US$ 500 milhões para produção de hemoderivados no País. Os recursos seriam utilizados ara adaptar e finalizar as obras no Instituto Butantã e na Hemobrás na área de sangue, além de construir uma fábrica na Tecpar. Hoje, o instituto do Paraná não apresenta atividades ou estruturas na área de sangue. Os três laboratórios ficariam encarregados da produção de hemoderivados para o País. O Butantã, no entanto, já avisou que não vai aceitar a parceria

Por meio de sua assessoria, o ministro apontou que já fez uma reunião com os parlamentares do Estado e disse que marcou uma nova audiência para o dia 3 de agosto. "Não farei nenhum encaminhamento em relação a Hemobrás sem acordar com a bancada de Pernambuco. Aguardo acordo da bancada para consolidar os investimentos para a conclusão da fábrica da Hemobrás em Pernambuco", disse.

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