O deputado federal Daniel Coelho (PSDB), subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, na abertura da sessão que aprecia a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) pelo crime de corrupção passiva, para expor o seu posicionamento. Ele defendeu a abertura da investigação do peemedebista no Supremo Tribunal Federal (STF) e o seu consequente afastamento por 180 dias.
"A lei e ética não podem ser seletivas. O Plenário teve coragem de afastar Dilma e teve coragem de Cassar Cunha. Assim, tem que permitir que Temer seja investigado. A população está cheia desta seletividade. Não pode ser a ética para os inimigos. Aos nossos aliados, fechamos os olhos?”, questionou o deputado.
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A fala de Daniel Coelho evidencia o racha interno do seu partido, o PSDB. Mesmo no dia da votação que decide pelo afastamento ou não do presidente, os tucanos ainda não entraram em consenso sobre como irão votar.
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Enquanto a ala dos deputados dos "cabeças pretas", que defendem o rompimento com o governo, se digladia com os "cabeças brancas", que defendem a manutenção da aliança, 21 dos 46 parlamentares da bancada tucana não quiseram revelar seu voto ou se disseram indecisos. Com 45,6% dos tucanos supostamente em cima do muro, os dois lados acreditam que terão a maioria em plenário. Os governistas apostam em uma vitória apertada, enquanto o outro lado prevê 30 votos contra o presidente Temer.
Sem consenso, o líder da bancada tucana, Ricardo Tripoli (SP), decidiu liberar a bancada, enquanto a Executiva tucana nem sequer se reuniu. Os dois grupos concordam, porém, que o consenso depende hoje de um acordo sobre a sucessão no comando do partido. O deputado licenciado da presidência do PSDB, Aécio Neves, foi afastado do comando da sigla por ter sido citado na mesma delação que apontou indícios da prática de crimes de Temer, a da JBS. Aécio defende a manutenção da aliança com Temer. O presidente em exercício, Tasso Jereissati (PSDB), defende a saída do partido da base aliada do governo.
Ministros
Dos quatro ministros tucanos no governo Temer, dois foram exonerados. Antonio Imbassahy (PSDB), chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República e Bruno Cavalcanti Araújo (PSDB), do Ministério das Cidades voltam à Câmara para votar a favor do peemedebista.