Atualizada às 22h16
Por 263 votos a favor e 227 contra, a Câmara dos Deputados aprovou o arquivamento da denúncia de corrupção passiva contra o presidente do Brasil, Michel Temer (PMDB). A votação ainda registrou 21 ausências e duas abstenções.
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No plenário, somente três parlamentares ergueram os braços para comemorar o momento que o governo atingiu o número mínimo de votos para barrar a denúncia contra Michel Temer. Um deles foi Wladimir Costa (SD-PA), o deputado que fez uma tatuagem em homenagem ao presidente.
O voto que sacramentou o resultado foi do deputado Aureo (SD-RJ), às 20h26. Ele foi o 286º deputado a ser chamado. Eram necessários 342 votos para dar continuidade à denúncia.
Esta foi a primeira vez que um presidente da República foi denunciado no exercício do cargo.
A decisão significa uma vitória para o presidente, que dedicou as últimas semanas às articulações para salvar o mandato. Emendas parlamentares foram liberadas e negociadas no plenário da Câmara, durante a sessão desta quarta.
CORRUPÇÃO PASSIVA
Temer é acusado de corrupção passiva por ter supostamente recebido R$ 500 mil da JBS, entregues em uma mala a seu aliado, o
deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Temer é o primeiro presidente a ser denunciado no exercício do cargo.
No total, 15 partidos (PMDB, PP, PR, PSD, DEM, PTB, PRB, PSC, Pros, SD, PEN, Pode, PTdoB, PSL e PRP) orientaram o voto sim,
enquanto dez partidos (PT, PSDB, PSB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, Rede, Psol e PMB) orientaram o não. Apenas o PV liberou a bancada para que cada deputado decida individualmente.
Na maioria dos discursos, os deputados que votaram 'sim' defenderam que a manutenção do presidente da República, Michel Temer, é vital para a retomada do crescimento econômico. Na avaliação deles, Temer vem conseguindo imprimir uma agenda favorável ao mercado e ao emprego.