O ministro Edson Fachin determinou que a senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann (PR) e o seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, irão ser ouvidos no Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo dia 28 deste mês. Ambos são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de terem recebido R$ 1 milhão em propina durante a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.
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No despacho, Fachin determina que seja disponibilizada sala de audiência, com apoio de pessoal e equipamentos, para o ato a ser ali realizado pessoalmente por um dos juízes lotados no gabinete dele. O depoimento ocorrerá à tarde, a partir das 14h.
Com a morte trágica do ministro Teori Zavascki, o caso passou para as mãos de Fachin, responsável pela Lava Jato no Supremo.
Gleisi é uma das principais lideranças do PT no Senado e foi chefe da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff entre junho de 2011, quando Antonio Palocci deixou o cargo. Atualmente, ela é a presidente nacional da sigla.
A denúncia também envolve o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, que será ouvido no dia 30.
A acusação da Procuradoria surgiu após a delação premiada do advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin, que confirmou repasses de dinheiro para a campanha da senadora.
Segundo Pieruccini, em 2010, ele foi orientado por Alberto Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo a Curitiba (PR) para entregar dinheiro à campanha de Gleisi. À época, ele contou ter ouvido de Youssef que os valores "tinham sido acertados com Paulo Bernardo", marido de Gleisi e ex-ministro dos governos petistas.
Outro inquérito
Nessa segunda-feira (7), a Polícia Federal concluiu que a senadora e presidente do PT cometeu crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro durante a campanha ao Senado em 2014. O inquérito também tramita no STF, em segredo de justiça.