O presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou estar "seguro e tranquilo" sobre algumas investigações ligadas à empresa e a seus executivos. Em relação ao processo que corre na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sobre as suspeitas de uso de informação privilegiada em operações da JBS às vésperas da delação de seu sócio e irmão Joesley Batista, Wesley disse que a companhia e seus executivos prestaram todos os esclarecimentos com documentos e fatos.
"Companhia e todos os executivos têm confiança de que nenhuma operação saiu fora do curso normal", afirmou, nesta terça-feira (15), durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre da empresa. "Não posso responder sobre o processo em si, porque é um processo que a CVM está conduzindo", completou.
Em relação à investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), Batista disse que não tem como saber qual será o resultado final. "Posso garantir que nenhuma subsidiária ou executivos nos EUA têm qualquer ato incorreto", disse.
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Wesley Batista acrescentou que há uma assembleia de acionistas agendada para o dia 1º de setembro, marcada a pedido do BNDES, por meio do BNDESPar. "Qualquer acionista com mais de 5% de participação tem o direito (a voto)", disse. Ele afirmou que o conselho da JBS vê esta agenda com uma "ótima oportunidade" para mostrar o que está sendo feito.
"Estou seguro de que os acionistas da companhia vão focar em deliberar o que é de melhor interesse da companhia", afirmou.
Em nota divulgada pelo BNDESPar na noite de segunda-feira (14), esse acionista disse que tem intenção de votar favoravelmente para a ação civil contra os irmãos Batista. A JBS, por sua vez, em nota divulgada nesta terça (15), diz que não comenta "manifestações de qualquer acionista antecipadamente à Assembleia Geral", mas que "está trabalhando intensamente na adoção de diversas medidas sempre no melhor interesse da JBS e de seus acionistas. Todas as decisões tomadas pelo atual Conselho de Administração foram deliberadas por unanimidade."
O BNDESPar acrescentou, na nota, que é favorável a que, em até 90 dias da realização da AGE, a JBS promova ação de responsabilidade civil contra o administrador Wesley Mendonça Batista e os ex-administradores Joesley Mendonça Batista, Florisvaldo Caetano de Oliveira e Francisco de Assis e Silva, por prejuízos causados ao seu patrimônio em razão dos atos ilícitos confessados no âmbito do Acordo de Colaboração Premiada e do Acordo de Leniência celebrados junto ao Ministério Público Federal, bem como contratação de auditoria forense externa para quantificar os danos gerados e identificação de eventuais outros responsáveis.