Aliados do senador Aécio Neves (MG) e ministros tucanos do governo Michel Temer intensificaram a pressão pela saída do presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE). Já há tucanos que pedem abertamente a destituição do senador cearense.
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Nesta segunda-feira (21) à noite, em um jantar, a sucessão na sigla foi discutida. Participaram do encontro Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassahy (Governo), o governador de Goiás, Marconi Perillo, e deputados, entre eles o anfitrião, Giuseppe Vecci (GO), vice-presidente nacional da legenda cotado para substituir Tasso.
Mais cedo, o deputado Marcus Pestana (MG), aliado de Aécio, defendeu a saída do presidente interino e disse que, se o senador permanecer no cargo, o partido sairá mais dividido. "Infelizmente caminhamos para um impasse. Tasso agiu por seis vezes em curto espaço de tempo contra a posição majoritária. Agora, ou ele se afasta e prevalece a visão da maioria, ou ele fica e o partido saí esfacelado do governo", afirmou.
Mesmo pressionado, Tasso Jereissati deve continuar no cargo. Entre seus apoiadores, a avaliação, por ora, é de que sua saída implicará aproximação ainda maior com o governo.
O Palácio do Planalto incentiva a estratégia articulada por Aécio, presidente licenciado, para destituir Tasso. Embora Temer negue interferência em "assuntos internos" dos tucanos, Tasso é visto com muita desconfiança e sua permanência no comando do partido tem sido considerada desagregadora. Tasso defende a saída do governo e foi o responsável pelo vídeo do PSDB que critica o "presidencialismo de cooptação".
Escancarada na semana passada, com três reuniões entre Temer e Aécio, a articulação para esvaziar o poder de Tasso não é de hoje, mas ficou mais forte após a divulgação do programa do partido. Tasso assumiu o comando do PSDB, em caráter provisório, depois que Aécio foi atingido pelas delações da JBS.
"O governo respeita o PSDB, que está vivendo um dilema. Não está interferindo. É um dilema que eles têm que resolver", afirmou o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), e líder no Senado. Em conversas reservadas, porém, interlocutores de Temer dizem que Aécio havia conseguido "estabilizar" o PSDB e foi "atropelado" por Tasso.
Eleições
O senador cearense é chamado no Planalto de "personalista" e muitos veem em seus movimentos uma tentativa de ocupar espaço para emplacar uma candidatura à sucessão de Temer, em 2018.
Cotado para disputar a Presidência, o governador Geraldo Alckmin se colocou ontem contra o movimento que tenta retirar Tasso do comando nacional da sigla. Em conversas reservadas, Tasso defende a candidatura de Alckmin ao Planalto. "A questão da direção partidária já foi resolvida, o Aécio já se afastou, o Tasso já assumiu e vai conduzir bem esse trabalho (de transição para as convenções)", afirmou Alckmin.
No caso de uma eventual saída de Tasso, Aécio teria de reassumir de forma definitiva o cargo ou indicar um dos sete vice-presidentes para o posto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.