RIO

Sistema de acordos de leniência está uma bagunça, critica Janot

"O sistema de leniência está uma bagunça, tem que ser arrumado. Tem que ser colocado de maneira clara", disse Janot

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Publicado em 28/08/2017 às 13:21
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"O sistema de leniência está uma bagunça, tem que ser arrumado. Tem que ser colocado de maneira clara", disse Janot - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira (28) que o sistema que prevê acordos de leniência tem que ser aprimorado. "Executivos de uma empresa se envolvem em prática de delito. Você não pode retirá-la do mercado, tem que ter a possibilidade de ela se reabilitar. O sistema de leniência está uma bagunça, tem que ser arrumado. Tem que ser colocado de maneira clara", disse, em evento no Rio promovido pelo jornal O Globo.

"Você tem órgãos como Cade, CGU, AGU, MP, TCU todo mundo participando, o que dá insegurança para a empresa, que pergunta: 'quem é o dono da bola?' O que se quer evitar, e que hoje não é possível, é que acordo tenha reflexo na área penal, o que mais interessa à empresa. Hoje, não tem."

Decisões técnicas

Janot reafirmou que suas decisões à frente da PGR, da qual sairá dentro de duas semanas, sempre foram técnicas. "Não levo em conta o que dizem imprensa, ruas, rede social. É técnico. Algumas vezes a gente é tentado. Mas se você fizer uma vez, perde critério objetivo, danou-se, lascou", disse. "Não levo trabalho para casa. Só assim consegui sobreviver esse tempo todo".

Provocado por jornalistas, o procurador-geral declarou que não acredita que sua saída da PGR prejudicará a Lava Jato. "A Lava Jato não é de ninguém, é do coletivo, todo mundo se interessa, busca, cobra, fala. Eu vejo (sucessão) com naturalidade. "Disse ainda que, diante de "investigações maduras", assinará atos de ofício até o último dia de sua permanência como procurador-geral, 15 de setembro.

Sobre a reforma política, sem nomear se o melhor sistema eleitoral é o proporcional, distrital, distrital misto ou outros, Janot posicionou-se contra os parlamentares puxadores de voto e contra o modelo já extinto de financiamento privado de campanha.

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