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Lula pede a Moro suspensão do prazo para alegações finais de processo

Oitiva dos réus foi finalizada por Sérgio Moro nessa terça-feira (19) com depoimento de advogado do ex-presidente

JC Online
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Publicado em 20/09/2017 às 9:20
Ricardo Stuckert
Oitiva dos réus foi finalizada por Sérgio Moro nessa terça-feira (19) com depoimento de advogado do ex-presidente - FOTO: Ricardo Stuckert
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A defesa do ex-presidente Lula protocolou, na noite dessa terça-feira (19), pedidos para diligências na fase final do processo que apura o pagamento de R$ 13 milhões de propina da Odebrecht para a compra de um apartamento ao petista e um terreno para a construção da sede do Instituto Lula, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Solicitando acesso a documentos e perícias, os advogados também pediram a Sérgio Moro que adie o prazo para alegações finais do Ministério Público e das defesas, últimos passos necessários para o juiz proferir a sentença de condenação ou não do petista.

Alegando insuficiência da prova oral para determinação da autoria e circunstâncias das fórmulas encontradas no arquivo "Posição Italiano", supostamente ligada ao ex-ministro Antonio Palocci, do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, os advogados solicitaram a realização de prova pericial contábil-financeira para que se possa verificar qual a origem efetiva dos valores dispendidos nas operações imobiliárias citadas na denúncia para apurar "se valores provenientes de 8 contratos firmados entre a Construtora Norberto Odebrecht S.A. e a Petrobras (que representam a base da acusação) foram empregados na aquisição do imóvel pela DAG Construtora".

A defesa do ex-presidente também pede que seja oficiado o Supremo Tribunal Federal para disponibilização de cópias da íntegra dos acordos de colaboração premiada de Ângela Palmeira, Marcelo Rodrigues, Olívio Rodrigues Júnior e Fernando Migliaccio, delatores da Odebrecht.

O pedido de suspensão do prazo para as alegações finais tanto do MP como dos advogados, conforme pedido da defesa, não deverá substituir o "prazo extra" que eventualmente é aberto pelo juiz para novas diligências ou convocação de novas testemunhas antes dele proferir a sentença.

Depoimentos

Com a ouvida do advogado de Lula, Roberto Teixeira, responsável pela documentação imobiliária do imóvel alvo de acusação, Sérgio Moro finalizou a oitiva dos réus nessa terça-feira (19). Dentre os depoimentos, o mais forte foi o do homem de confiança do governo Lula, o ex-ministro Antonio Palocci, que atribuiu a Lula a responsabilidade sobre pagamentos no montante de R$ 300 milhões.

Já condenado por Moro a 9 ano e seis meses de prisão no caso tríplex, Lula agora responde por acusações referentes a benefícios concedidos a Odebrecht, por meio da Petrobras, e pagamentos, em contrapartida, feitos pela empreiteira para a aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno para a construção da sede do Instituto Lula. Ontem, o ex-presidente também virou réu por corrupção passiva no âmbito da Operação Zelotes.

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