LAVA JATO

Defesa de Lula diz que Moro tem 'prova secreta' e apresenta 20 questões para perícia da Odebrecht

O Ministério Público pediu ao juiz que advogados do petista não tenham qualquer tipo de acesso remoto ao material periciado

JC Online
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Publicado em 19/09/2017 às 10:19
Ricardo Stuckert
O Ministério Público pediu ao juiz que advogados do petista não tenham qualquer tipo de acesso remoto ao material periciado - FOTO: Ricardo Stuckert
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 Os advogados do ex-presidente Lula protocolaram na Justiça Federal do Paraná 20 questões a serem respondidas pelos peritos após a análise no sistema eletrônico de propinas da Odebrecht. Com o acesso ao material parcialmente negado, a defesa do petista alegou que Sérgio Moro instaurou 'prova secreta' conferindo 'o ônus de elaborar quesitos sem conhecer o material que será periciado, evidenciando o prejuízo concreto ao direito de defesa'.

Após colher o depoimento de Lula, na quarta-feira passada, o juiz Sérgio Moro negou à defesa o acesso aos arquivos da memória digital do sistema de comunicação secreto da Odebrecht, que tinha servidores na Suíça e na Suécia, e de contabilidade paralelo, Drousys e MyWebDay respectivamente, usados pela máquina de fazer propinas da empreiteira, o Setor de Operações Estruturadas.

Como poderá ter acesso apenas à 'extração de cópia de eventuais lançamentos ou documentos pertinentes ao objeto da ação penal', a defesa do ex-presidente elaborou 20 questões prévias referentes ao objeto em análise. Entre elas a indagações "se há documentos e informações que mostram de forma plena a origem do material" e pedido de indicação sobre "em qual dos sistemas é possível identificar em sua integralidade o que era denominado e controlado no Departamento de Operações Estruturadas", por meio da coleta de data, saldo, moeda, saldo da negociação, obra e beneficiário.

Nesta investigação, Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo acerto de R$ 12 milhões em propinas, pagas pela Odebrecht de forma dissimulada na compra de um terreno para o Instituto Lula, em 2010, e de um apartamento vizinho ao que ele reside, em São Bernardo do Campo.

Perícia

Para a perícia, Lula indicou os assistentes técnicos Fausto Rene Martins e Cláudio Wagner.O Ministério Público Federal indicou como seus assistentes técnicos os seguintes servidores, lotados na Procuradoria-Geral da República: Dalton Nunes Tavares (Técnico de Informática Assessor-Chefe da Assessoria Técnica), Gilberto Mendes (Perito Criminal da Polícia Federal e Assessor-Chefe da Assessoria de Apoio à Investigação) e Hugo Bastas Weber (Analista de Tecnologia da Informação do MPU).

O Ministério Público também pediu a Moro que a perícia seja realizada pelo Departamento Científico da Polícia Federal do Paraná (Lava Jato) e que seja permitida a participação de perito indicado pela Odebrecht, além da proibição de replicação e/ou acesso remoto, parcial ou integral dos sistemas, bem como o acesso ou manipulação de seu conteúdo, como parte ou resultado da perícia, pelos advogados de Lula.

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