A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) emitiu nota na tarde de hoje (21) explicando a origem do dinheiro usado pelo presidente Michel Temer para a compra de um imóvel em São Paulo. A nota foi emitida após a divulgação de um depoimento do doleiro Lúcio Funaro dado em 23 de agosto. A nota diz ainda que Funaro “desinforma as autoridades do Ministério Público Federal”.
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No depoimento, divulgado pelo jornal O Globo, Funaro afirma que o advogado José Yunes levava para Temer dinheiro desviado do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) e uma das formas de repassar esse dinheiro seria através de investimentos imobiliários.
Segundo a matéria publicada pelo O Globo, Funaro não afirma quais imóveis teriam sido comprados com dinheiro ilícito, mas diz saber “por meio de Eduardo Cunha, que Michel Temer tem um andar inteiro em um prédio na Avenida Faria Lima, em São Paulo, num prédio recém-inaugurado”.
A Secom rebateu as insinuações de Funaro. “O doleiro Lúcio Funaro mais uma vez desinforma as autoridades do Ministério Público Federal. Todos imóveis do presidente Michel Temer foram comprados de forma lícita e estão declarados à Receita Federal. O imóvel na Avenida Faria Lima, em São Paulo, por exemplo, foi adquirido no início de 2003. Eduardo Cunha sequer era filiado ao PMDB no momento da compra”.
A secretaria detalha ainda as fontes de renda do presidente Michel Temer para a compra do referido imóvel. Segundo a Secom, o dinheiro veio de contas pessoais e aplicações, “todos devidamente declarados em imposto de renda”. A secretaria finaliza a nota dizendo que Funaro espalha “mentiras e inverdades de forma contumaz”.
Lúcio Funaro é processado pela Justiça Federal em Brasília em três investigações da Polícia Federal (PF) – Greenfield, Sépsis e a Cui Bono – que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). O empresário também foi citado nas delações da JBS.
Funaro é testemunha-chave em processos que envolvem o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
Confira a íntegra da nota divulgada pela Secom:
"Nota à imprensa
O doleiro Lúcio Funaro mais uma vez desinforma as autoridades do Ministério Público Federal. Todos imóveis do presidente Michel Temer foram comprados de forma lícita e estão declarados à Receita Federal. O imóvel na Avenida Faria Lima, em São Paulo, por exemplo, foi adquirido no início de 2003. Eduardo Cunha sequer era filiado ao PMDB no momento da compra.
Os recursos vieram de contas pessoais e aplicações do presidente, todos devidamente declarados em Imposto de Renda, assim distribuídos:
1 - R$ 220 mil aplicados em renda fixa no Banespa;
2 – R$ 323 mil aplicados em fundo de investimento no Santander;
3 – R$ 235 mil aplicados em fundo de investimento no Banco do Brasil;
4 – R$ 252 mil aplicados em fundo de investimento no Banespa;
5 – R$ 194 mil Crédito referente à parte de pagamento pela venda de casa na
rua Flávio de Queiroz Morais, 245
6 – R$ 1 milhão provenientes Temer Advogados Associados, honorários recebidos por ação do início da década de 1970.
Essas foram as economias usadas para adquirir as salas, pagas à vista. O prédio só foi entregue efetivamente em 2010. Funaro continua espalhando mentiras e inverdades de forma contumaz, repetindo o mesmo roteiro de delações anteriores, em que traiu a confiança da Justiça e do Ministério Público, com já registrou a Procuradoria Geral da República.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"