Um dia após reunião da Executiva Nacional do PSB que iria deliberar sobre a expulsão de quatro parlamentares dissidentes, entre elas, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, o governador Paulo Câmara (PSB), afirmou que não há espaço para os filiados que "insistirem" em apoiar o governo de Michel Temer (PMDB).
"Somos oposição. Cabe as pessoas que não concordam com isso fazer uma avaliação e ver o rumo que vão tomar. Dentro do PSB há uma decisão muito majoritária em relação à oposição ao governo Temer e a gente não pode concordar que filiados queiram insistir em continuar apoiando um governo que não tem compromisso com o povo.", disparou Paulo, que é vice-presidente nacional da sigla. A declaração foi dada durante durante lançamento do edital de licitação da Adutora de Serro Azul, nesta terça-feira (17).
Uma liminar do Distrito Federal impediu o PSB de prosseguir com o processo de expulsão do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina e dos deputados Danilo Forte e Fábio Garcia. Eles vem adotando uma postura favorável ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) nas votações da Câmara. O juiz Hilmar Castelo entendeu que o PSB não cumpriu o prazo de oito dias entre a convocação e a reunião do diretório nacional, previsto no estatuto. A reunião da executiva nacional foi então remarcada para o dia 26 de outubro.
Os atritos do ministro Fernando com PSB tiveram início desde quando o partido desembarcou da base aliada do governo no mês de maio deste ano. Mas Fernando permaneceu no Ministério, alegando que havia sido indicado pela bancada socialista e não pela Executiva. A sigla havia fechado questão contra as Reformas Trabalhista e da Previdência. Na votação da Reforma Trabalhista, os quatro parlamentares que estão passando por processo de expulsão votaram a favor do governo.
Paulo Câmara reforçou o PSB como oposição ao governo Temer com o discurso de polarização. "É importante que todos os filiados tem que concordar e ter uma visão do partido como um todo. O partido prega um País mais justo, menos desigual. Claramente esse governo não está priorizando aquilo que é fundamental, não tem políticas públicas que cheguem a todos", disse Paulo.
Ele ainda acusa indiretamente o presidente Michel Temer por se preocupar "mais com sua sobrevivência política do que com o bem estar da população", alfinetou o governador. "Isso tudo nos preocupa e o PSB é uma voz crítica a isso, não concordamos com a forma que o governo está sendo conduzido no âmbito federal. Somos oposição", contou.
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Destituição da líder
Com a impossibilidade analisarem os processos disciplinares contra os parlamentares no Conselho de Ética, o PSB recomendou na noite dessa segunda-feira (16) a destituição imediata da líder Tereza Cristina. A liminar atrasou o plano do PSB de trocar membros da CCJ antes da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e obstrução da justiça.