DEPOIMENTO

Dilma diz a Moro que discutiu como 'salvar empresas' investigadas na Lava Jato

EX-presidente afirmou que acordo de leniência era preocupação pública do seu governo

JC Online
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Publicado em 27/10/2017 às 13:55
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EX-presidente afirmou que acordo de leniência era preocupação pública do seu governo - FOTO: Foto: Divulgação/PT
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Em depoimento como testemunha de defesa do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendini, a ex-presidente petista Dilma Rousseff disse ao juiz Sérgio Moro que discutiu a salvação das empresas de engenharia que estavam sendo investigadas pela Lava Jato. A afirmação de Rousseff foi dada em resposta ao questionamento sobre a suposta indicação do ex-ministro da Caca Civil Aloísio Mercadante para ser interlocutor de Marcelo Odebrecht sobre as questões da operação na Petrobras.

"Nós tínhamos de fato uma preocupação pública em relação a construir as condições de leniência para que o processo tivesse punição dos responsáveis, mas que se salvasse as empresas de engenharia desse País", afirmou Dilma.

Segundo Rousseff, quando à frente do governo, a designação de Mercadante era apenas parte das suas atribuições como ministro-chefe frente às diversas preocupações do governo.

"Uma delas (preocupações) era que as empresas que estavam sofrendo investigação na Lava Jato, elas necessariamente estavam tendo problemas na área de retomar os seus financiamentos externos e internos. Isso criava para o governo um grande problema. A discussão sobre a leniência era uma discussão presente para o governo, não apenas através da Controladoria-Geral da União, Advocacia-Geral da União e Casa Civil; discutimos leniência com o Tribunal de Contas da União e com o Ministério Público também". Eu particularmente continuo achando que devemos punir maus-feitos, executivos e funcionários que pratiquem maus-feitos. Agora as instituições são produtos sociais, elas não devem ser punidas", esclareceu.

Leniência

O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada das empresas. Com base nos acordos, as empresas investigadas colaboram nas investigações com o retorno da extinção da ação punitiva da administração pública, ou redução da penalidade imposta pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Dilma prestou depoimento de Belo Horizonte, via videoconferência, como testemunha de defesa no inquérito que apura o envolvimento de Bendine, indicado por ela à presidência da Petrobras, no recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht para facilitar os interesses da empreiteira junto à estatal.

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