O presidente americano Donald Trump pediu nesta quinta-feira a o colega chinês Xi Jinping um envolvimento maior para resolver a crise com a Coreia do Norte, ao mesmo tempo que destacou a necessidade de uma ação mais rápida.
"O tempo passa, temos que atuar rapidamente", disse o presidente americano durante o segundo dia de sua visita a Pequim.
"Eu peço à China que se envolva de forma plena", completou, antes de pedir à Rússia que também pressione o líder norte-coreano Kim Jong-Un.
Embora a China tenha aprovado as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, com a promessa de aplicá-las, Washington deseja mais medidas de Pequim para asfixiar economicamente Pyongyang.
"A China pode resolver este problema fácil e rapidamente", disse Trump.
Apesar de não ter detalhado a forma de encontrar uma "solução" para a península coreana, Trump insistiu na necessidade de formar uma frente unida para combater Kim Jong-Un.
"O mundo civilizado tem que unir-se para enfrentar a ameaça norte-coreana", insistiu, antes de pedir a todos "os países responsáveis" que parem de fazer negócios com o "regime assassino" de Pyongyang.
"Eu peço à Rússia ajuda para solucionar esta situação que é potencialmente dramática", completou Trump, que tem uma reunião prevista com o presidente russo, Vladimir Putin, à margem de uma cúpula regional no Vietnã no fim de semana. De acordo com o Kremlin, o encontro acontecerá na sexta-feira, mas Washington não confirmou a notícia.
Depois de visitar de forma privada a Cidade Proibida e assistir a uma ópera chinesa no primeiro dia de sua visita, nesta quinta-feira Trump foi recebido por Xi no imponente Grande Salão do Povo.
"Nossa reunião esta manhã foi excelente. Conversamos sobre a Coreia do Norte e acredito, como ele, que existe uma solução", declarou Trump dirigindo-se ao líder chinês.
Os dois presidentes não economizaram na troca de elogios desde o início da visita, mas durante a reunião deveriam abordar temas delicados, como o superavit comercial da China e a crise com a Coreia do Norte.
O líder chinês, que exortou em várias ocasiões Washington e Pyongyang a negociar para resolver a crise de forma pacífica, disse a Trump que seus países deveriam "fortalecer a comunicação e a coordenação nos principais temas internacionais e regionais, incluindo Coreia do Norte e Afeganistão".
Questionado sobre a eficácia das sanções internacionais, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, reconheceu que tais medidas "sempre necessitam de tempo".
Mas ressaltou que Washington tem "sinais claros" que mostram que as medidas provocaram um impacto na economia norte-coreana.
'Eu não culpo a China'
As relações comerciais com a China eram o outro grande tema da visita.
"Eu não culpo a China. Afinal, quem pode culpar um país por ter a capacidade de se aproveitar de outro país pelo bem de seus cidadãos?", afirmou Trump.
O presidente afirmou, no entanto, que culpa as administrações americanas anteriores por "permitirem que o déficit comercial fora de controle aconteça e cresça". Durante a campanha eleitoral, o republicano prometeu reduzir o desequilíbrio da balança comercial com a China e acusou Pequim de "roubar" milhões de empregos dos Estados Unidos.
Apesar da ausência de grandes anúncios sobre a maneira de reequilibrar a balança comercial, Trump celebrou os acordos comerciais assinados nos últimos dois dias, que superam 250 bilhões de dólares.
Entre os acordos assinados, a americana Boeing assinou na China um documento para a venda de 300 aviões por um preço de catálogo total de 37 bilhões de dólares.
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Em seu discurso, Xi disse que a China dá boas-vindas à comunidade empresarial internacional.
"Prosseguir com a abertura é nossa estratégia a longo prazo. Não vamos estreitar nem fechar nossas portas. Vamos abrir mais e mais", afirmou.
Inesquecível
Na quarta-feira, no primeiro dia da visitam, Trump foi homenageado após a ópera em uma grande recepção, quando um grupo de crianças afirmou: "Bem-vindo à China! Nós amamos você!".
Trump estava tão feliz em seu primeiro dia de visita à China que utilizou uma tecnologia especial para 'driblar' o "Great Firewall" chinês usar o Twitter, uma rede social que, assim como o Facebook e o Google, está proibido no país.
Em uma mensagem, Trump agradeceu ao colega chinês por "esta tarde e noite inesquecíveis na Cidade Proibida", retuitando uma mensagem da AFP (@AFP) com uma foto dos dois e suas esposas, de costas, olhando para a Cidade Proibida.