O juiz Sérgio Moro decidiu, nesta sexta-feira (24), converter a prisão temporária do ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus em prisão preventiva. Preso desde essa terça-feira (21), no âmbito da operação Sothis, 47ª fase da Lava Jato, o ex-diretor foi alvo de um novo pedido do Ministério Púbico Federal (MPF) para a conversão da prisão.
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De acordo com o juiz, é "inviável substituir a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, uma vez que os crimes foram praticados sub-repticiamente, inclusive a lavagem, e não há como prevenir novos atos de lavagem e de dissipação de ativos com medidas cautelares alternativas, especialmente quando desconhecido o local onde se encontram os ativos dissipados".
Ainda segundo Moro, embora as prisões cautelares decretadas no âmbito da Operação Lava Jato recebam pontualmente críticas, o fato é que, se a corrupção é sistêmica e profunda, impõe-se a prisão preventiva para debelá-la, sob pena de agravamento progressivo do quadro criminoso".
Denúncia
Conforme o MPF , participavam do esquema também familiares e intermediários do ex-gerente. Eles são suspeitos de operacionalizarem o recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas pela empresa de engenharia NM entre setembro de 2009 e março de 2014.
Segundo os procuradores, o ex-gerente teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos da NM com a Transpetro como propina, mas o acerto final ficou em 0,5%. Esse valor teria sido pago mensalmente em benefício do PT e não tinha relação com os pagamentos feitos pela mesma empresa ao PMDB a pedido da presidência da Transpetro.