Filmagens feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro revelaram como está o funcionamento interno na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro. O local passou a abrigar, nas últimas semanas, representantes da cúpula política do Rio na última década, entre eles, a ex-governadora Rosinha Garotinho e a ex-primeira-dama daquele estado Adriana Ancelmo, rivais políticas que agora passaram a dividir a mesma cela.
Leia Também
- Cabral tinha camarão, bolinho de bacalhau, queijos e iogurte na cadeia
- Danilo Cabral tenta que privatização da Chesf passe por referendo
- Polícia Federal prende ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral
- Garotinho agora prefere ficar em Bangu 8, diz advogado
- Garotinho é transferido para Bangu e defesa protesta
- Garotinho é punido e será transferido para Bangu 8
Rosinha, mulher do ex-governador Anthony Garotinho, foi presa acusada de fazer parte de uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos para financiar campanhas. Já Adriana Ancelmo, que estava em prisão domiciliar, voltou à cadeia após ser condenada por fazer parte da organização criminosa chefiada pelo seu marido, Sérgio Cabral.
A vistoria do Ministério Público do Rio foi realizada na tarde dessa sexta-feira (24) na Cadeia Pública José Frederico Marques, e encontrou alimentos proibidos que haviam sido levados para consumo do ex-governador Sergio Cabral Filho (PMDB). Havia camarão, bolinhos de bacalhau e queijos, além de iogurtes e refrigerantes - parte com o nome do ex-governador. A informação foi divulgada pela Rede Globo.
Cabral foi chamado pela direção da cadeia para acompanhar a inspeção e responder se os alimentos eram para ele. Nas imagens veiculadas, o ex-governador aprecia com uma expressão triste diante da descoberta. É possível ver pelo menos um tonel com gelo com o nome Cabral no topo. A anotação indicaria que os itens, que necessitam de refrigeração constante, foram destinados a ele.
Vistoria
A vistoria foi feita pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP do Rio, e os alimentos apreendidos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli, na Cidade da Polícia. Segundo o MP, os alimentos eram não só para Cabral, mas para presos da Operação Lava Jato no Rio que estão na Cadeia Pública José Frederico Marques. Foram encontrados, além de camarão, bolinhos de bacalhau, queijos, iogurtes e refrigerantes, também castanhas e frios diversos.
O presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi (os três do PMDB) também estão presos no local.
O MP também está investigando por que a Seap não incluiu fotografias nos cadastros de Cabral, Picciani, Melo e do ex-secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes. Eles foram fotografados com o uniforme do sistema, mas as imagens não constam do cadastro, como acontece com os outros presos.