Relator do projeto que regulamenta o teto remuneratório, que tenta limitar os "penduricalhos" nos salários de servidores, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) recebe auxílio-moradia de R$ 4 253,00 da Câmara dos Deputados mesmo morando em um flat que pertence à esposa em Brasília. "Não fico (constrangido) porque o patrimônio é dela, não é meu", justificou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
No momento do contato da reportagem, o deputado disse ainda que avaliaria "nesse final de mês" se abdica do auxílio. Logo depois, distribuiu comunicado à imprensa informando que protocolou ofício renunciando benefício.
Bueno informou ainda que pretende propor em seu parecer o fim do benefício pago em espécie, que não requer a comprovação de pagamento de moradia. Em contrapartida, é descontado Imposto de Renda do valor pago.
O deputado disse que repassa o valor do benefício à esposa, com quem ainda é casado. Segundo apurou a reportagem, essa situação tem gerado desconforto entre técnicos que trabalham no projeto e já gerou cobranças internas.
O relator reconheceu que é preciso acabar com esse "penduricalho" e disse que vai manter apenas o desembolso mediante comprovante de pagamento de aluguel. "Todos os problemas estão aflorando, inclusive o meu", afirmou.
O imóvel em nome da esposa do deputado é um apartamento de 44,96 metros quadrados de área privativa no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. A área total que consta no registro do imóvel é de 72,30 metros quadrados.