Um dia após as bancadas do PSB, do PDT e do PCdoB se reunirem em Brasília sem os parlamentares do PT, o deputado federal eleito João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, defendeu, em entrevista ao Resenha Política, da TV JC, que o bloco discutido na esquerda não exclui outros partidos. O socialista também defendeu a estratégia do PSB de não declarar apoio ao ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno da corrida presidencial.
"Estarei em Brasília amanhã (1º de novembro) para ouvir os parlamentares e construir um pensamento para segunda-feira quando ocorre a reunião da Executiva Nacional. É importante destacar que esse é um movimento construído dentro da Câmara, as bancadas estão discutindo como será a organização para enfrentar as próximas pautas e a próxima legislatura, então é natural que os partidos discutam e criem o entendimento, tenho informações de que foi uma conversa que iniciou com PDT, PSB e PCdoB, do campo da esquerda, que começaram o entendimento sobre essa construção, mas que não é excludente e está apenas começando", afirmou João Campos.
O novo deputado, que tem ascendência sobre o comando do PSB por representar a voz da família Campos dentro da Executiva Nacional, também afirmou que é muito cedo para falar em uma candidatura presidencial daqui a quatro anos, ao ser questionado sobre o projeto do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB). "O segundo turno ensinou muito à esquerda brasileira, que a unidade é uma palavra importante, não só de ser dita, mas de ser praticada. Quando conseguimos unir várias forças de esquerda em torno do mesmo objetivo a gente viu que há uma força muito grande, uma força do povo, vimos movimentos enormes por onde a gente passou. Que a gente possa preservar a unidade nos próximos desafios", defendeu.
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Ciro Gomes
Instado a avaliar se o PSB acertou ao não declarar apoio a Ciro Gomes, isolando o pedetista e garantindo a ida do petista Fernando Haddad para um segundo turno marcado pelo anti-petismo, João defendeu a decisão tomada pelo partido como correta.
"Na primeira resolução, o partido liberou os estados para fazerem coligações dentro do campo de esquerda, então poderia fazer coligação com o PDT de Ciro ou o PT de Haddad. Nacionalmente ficou neutro dentro do campo da esquerda e cada estado fez sua (aliança). O PSB de Pernambuco fez o correto tivemos muita responsabilidade diante do debate nacional, muita responsabilidade com o povo de Pernambuco e mostra que fizemos as escolhas acertadas, reelegemos o governador Paulo Câmara no primeiro turno, fizemos a maior bancada de deputados federais do Estado, a maior bancada de deputado estadual, a maior bancado do Brasil do PSB é de Pernambuco, é o estado onde o partido teve mais votos para deputado, fizemos os dois senadores da chapa, então fizemos as escolhas corretas para Pernambuco e para o Brasil", explicou.