O presidente Michel Temer disse em café da manhã com parlamentares da bancada paulista nesta quarta-feira (10), no Palácio do Jaburu que deixou de ser deputado depois de ter comandado por três vezes a casa por pressões que o incomodavam e que o destino o levou para a Presidência da República.
"E daí que eu fui para essa história de vice, aconteça o que acontecer, ganhou, não ganhou, já fiz o que deveria fazer, mas veja o que é destino? O destino me levou para vice e agora me trouxe aqui. Numa tarefa, convenhamos, não fácil, complicada. No momento uma recessão extraordinária", disse aos parlamentares, conforme discurso divulgado nesta tarde pelo Palácio do Planalto
"Deus me trouxe aqui na Presidência, num momento complicadíssimo Porque não é só a complicação da recessão, que é uma verdade evidente, uma recessão extraordinária. Mas também politicamente complicado, com vários fatores que todos conhecemos", completou
O presidente disse ainda aos parlamentares que o país está caminhando para uma recuperação e mais uma vez exaltou o papel do executivo e do Legislativo.
"Quem governa é Executivo e Legislativo. E, ao longo do tempo, deputado federal que fui e presidente da Câmara, eu sempre percebi - e aí todos os governos sem exceção -, sempre tratavam o Legislativo como uma espécie de apêndice", disse.
"Quando eu cheguei agora à Presidência, quem governa, volto a dizer o Executivo e o Legislativo. Eu só consigo levar essa tarefa adiante se eu tiver o apoio do Legislativo. (....) E convenhamos o nosso governo tem o apoio do Legislativo. Mas não como apêndice, como alguém que governa junto. Como alguém que caminha junto. E às vezes nas matérias difíceis", disse.
Como mostrou mais cedo o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Temer garantiu aos parlamentares que eles não serão prejudicados por causa da aprovação das reformas. "É que neste ano ainda há umas certas incompreensões. Vocês verão como, no começo do ano, que vem haverá compreensão do que foi feito neste período, e daí, todos desfrutarão", disse
Ele lembrou que foi relator da reforma da Previdência durante o governo Fernando Henrique Cardoso e disse que "as pessoas diziam: 'Temer, você nunca mais vai ser reeleito, esqueça, nunca mais vai conseguir'".
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"Você sabe que a relatoria me deu tanta projeção naquela oportunidade, primeiro ponto. Segundo ponto, logo em seguida verificou-se que a reforma que nós fizemos naquele momento, foi útil para o País. E terceiro, não era nenhum bicho papão, não ia prejudicar ninguém. Então, na eleição seguinte eu tive 203 mil votos", afirmou. "Então essa história que vai prejudicar, não vai", reforçou.
O presidente disse ainda que é preciso deixar uma marca do seu governo e que ele não quer ser lembrado por alguém que ficou dois anos e oito meses no poder e não preparou "o País para o futuro".
"Fizemos a reforma trabalhista e agora estamos caminhando para a reforma previdenciária. São gestos ousados, mas que vão produzir efeitos muitos benéficos para o futuro", disse.