Antes de chegar à Assembleia Legislativa em 1966, Marco Maciel já tinha dado sua contribuição para o setor público ao trabalhar com o governador Paulo Guerra em 1964. A jornada política iniciada nessa época só teve fim quando ele perdeu a eleição para o Senado em 2010. Na ocasião, filiado ao DEM, obteve 934.720 votos e ficou bem atrás de Armando Monteiro (PTB), que obteve 3.142.930 votos, e Humberto Costa (PT), com 3.059.818 votos.
Leia Também
Quase seis anos após aquelas eleições, os aliados de Maciel admitem que era uma derrota esperada devido à força do palanque do então governador Eduardo Campos, candidato à reeleição pelo PSB e fiador das candidaturas de Humberto e Armando. O que os macielistas não aceitam, no entanto, é a desconstrução da imagem do ex-senador operada pelos adversários. O símbolo maior dos ataques, apontam, é um comício realizado no Marco Zero em agosto de 2010 com a presença do ex-presidente Lula (PT) e de Dilma Rousseff (PT), no papel de candidata petista à Presidência da República.
Coube a Lula a crítica mais dura a Maciel, classificando o pernambucano de “senador desde o tempo do imperador”. “Desde pequeno ouço um cidadão aí que já foi deputado, presidente, da Câmara, vice-presidente... me contem o que é que ele trouxe para Pernambuco?”, bradou Lula. O comício está disponível no YouTube e até hoje incomoda os macielistas.
“Eram pronunciamentos agressivos, pessoais. Foi uma molecagem”, aponta o advogado Silvio Amorim, ex-subchefe da secretaria da Casa Civil na época em que Maciel foi governador de Pernambuco. Guilherme Codeceira, assessor de Maciel por mais de 30 anos, também reprova o teor da provocação. “Para uma pessoa que procurava fazer a política em alto nível não tem como não se sentir ferida, né?”, pondera.
Silvio e Guilherme atuaram na campanha de 2010 e afirmam que a ordem de Maciel era não responder aos ataques. Eles contam que um dossiê contra um dos adversários chegou às mãos do ex-senador, mas ele não deu bola. “Propuseram que dr. Marco fizesse um vídeo falando de um dos candidatos, mas ele disse que preferia perder a eleição a ganhar fazendo política no campo pessoal”, recorda Guilherme.
De acordo com os assessores, houve uma recomendação por parte de algumas pessoas para que Maciel não entrasse na disputa devido às dificuldades de reeleição. “Ele foi recomendado a não ser candidato, mas sempre foi muito leal e não media a questão pessoal. Quando viu Jarbas Vasconcelos (PMDB) decidido a ser candidato, ele foi junto pelo grupo”, enfatiza Silvio Amorim.