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Educação: Interiorização da UPE com pouca estrutura

Gratuidade da UPE foi alcançada, mas expansão para interior ainda precisa de ajustes

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 18/01/2017 às 7:26
Foto: Imip/Divulgação
Gratuidade da UPE foi alcançada, mas expansão para interior ainda precisa de ajustes - FOTO: Foto: Imip/Divulgação
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Uma conquista importante para os alunos Universidade de Pernambuco (UPE) foi a extinção da taxa que era paga para se estudar na instituição. Até 2009, a UPE era a única universidade estadual do País que não era gratuita. Um decreto assinado em dezembro de 2009 pelo então governador Eduardo Campos acabou com o pagamento da mensalidade, que era cobrado desde a fundação da universidade, em 1991. Na época, o valor variava entre R$ 27 e R$ 110.

Além da gratuidade, a expansão da educação superior da UPE para cidades do interior foi um ponto destacado pelo reitor Pedro Falcão. Na gestão do PSB, a universidade foi levada para as cidades de Arcoverde, Salgueiro, Serra Talhada e Palmares, além de complementar a instalação em Caruaru, cujo processo foi iniciado por Mendonça Filho (DEM). A UPE já tinha campi em Recife, Camaragibe, Garanhuns e Petrolina. Com os novos campi, vieram também novos cursos que não eram oferecidos, como direito e psicologia.

No entanto, as reclamações pairam sobre a estrutura deficitária no interior. Em Serra Talhada, as aulas são realizadas em uma autarquia municipal. A previsão é que o prédio próprio, que está sendo construído, fique pronto no início de 2018. Na cidade de Arcoverde, é usada uma escola de referência. A sede será concluída este ano, afirma o reitor. Em Caruaru, as aulas são ministradas no Polo da Moda. Lá, a situação é mais crítica. Segundo Pedro Falcão, a prefeitura repassou apenas em 2015 um terreno ao Estado para que a sede fosse erguida, mas a crise também atrapalhou o projeto. Já em Palmares, as aulas são ministradas em um prédio alugado.

Os alunos de medicina de Garanhuns têm como apoio o Hospital Dom Moura, que Falcão se queixa da falta de especialidades. Questionado sobre o planejamento da estrutura da faculdade sem uma unidade completa, o reitor explicou que estava prevista a construção de um novo hospital para a cidade, mas que os planos foram atrapalhados pela crise econômica.

"Hoje, nenhum curso novo de medicina no País tem um hospital construído para isso. Hoje, os cursos de saúde formam os profissionais para o Sistema Único de Saúde, onde os alunos fazem os estágios", alega o reitor. "Pelo que conheço em Pernambuco, nenhuma instituição começou com estrutura própria. Se fosse primeiro ter dinheiro para construir prédio para depois começar os cursos, não tinha começado nada disso", acrescentou.

PROUPE

Criado em 2011 para ajudar jovens a ingressarem em faculdades, o Programa Universidade para Todos em Pernambuco (Proupe), está com sua continuidade ameaçada. Em dezembro, o governador Paulo Câmara declarou que não serão abertas novas vagas para bolsistas. O programa beneficia, preferencialmente, alunos que cursem licenciaturas. O valor da bolsa é de 25%, 50% e 100% das mensalidades.

Em setembro, a Associação das Instituições de Ensino Superior do Estado de Pernambuco (Assiespe) reclamava dos atrasos nos repasses. Cerca de 7,7 mil alunos recebem a bolsa para estudarem em 13 autarquias no interior.

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) informou, por nota, que em 2016 foram repassados R$ 13,3 milhões para as autarquias de janeiro a outubro e admitiu que falta regularizar a transferência de R$ 2,4 milhões, referentes aos meses de novembro e dezembro. "Para assegurar a viabilidade e garantia da continuidade do Programa será necessário a suspensão do processo seletivo para novos bolsistas no primeiro semestre de 2017", diz o texto da nota. 

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