Sob aplausos e gritos de “me representa”, Robeyoncé Lima, a primeira advogada trans de Pernambuco, recebeu nesta segunda-feira (30) a certidão que garante o uso do nome social na carteira da OAB-PE. “O respeito não é uma escolha. O respeito é um dever”, afirmou a jovem, que se torna a segunda advogada do País a ter o direito ao nome social assegurado.
O presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, descreveu o momento como histórico e fez questão de se referir a Robeyoncé como uma mulher que faz história na entidade. “Vivemos hoje dias particularmente difíceis para todos. Especialmente para a população LGBT”, lembrou, ao discursar.
Visivelmente emocionada, a doméstica Marly de Lima, 51 anos, mãe de Robeyoncé, disse que apoia a filha e que chega a brigar com as pessoas que chamam a jovem pelo nome de registro. “Eu sinto muito orgulho de ver a minha filha chegar onde chegou. E ela vai ainda mais longe. No mundo de hoje, com tanto preconceito, a milha filha é o orgulho da minha vida.”
Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-PE, Maria Goretti Mendes lembrou que ainda existem muitos armários fechados nas famílias; que precisam ser abertos porque só causam dor.
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O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Roberto Franca, participou da homenagem; assim como os vereadores Ivan Moraes (PSOL), chefe de Robeyoncé na Câmara do Recife, e Jayme Asfora (PMDB), ex-presidente da OAB-PE.
PISO SALARIAL
Nesta terça-feira (31), Ronnie Duarte se reúne com o governador Paulo Câmara (PSB) para tratar da fixação de um piso salarial para os advogados pernambucanos. Segundo a OAB-PE, há profissionais que ganham pouco mais de R$ 1 mil por mês. Uma remuneração mínima fixada por lei depende do Executivo.