Um dos principais nomes cotados para assumir a presidência nacional do PT, o senador Lindbergh Farias (RJ) defende que a candidatura do ex-presidente Lula (PT) à presidência da República seja lançada já no mês de abril. "Não aceito discutir alternativa ao Lula. Nosso plano A, B, C, D, E, F, G e H é o Lula. Até porque se tentarem impedir a candidatura do Lula estão de uma vez por todas dizendo pro mundo que nós não vivemos mais em uma democracia", afirmou nesta terça-feira (21), antes de um encontro com lideranças do PT no Recife.
O senador do Rio de Janeiro defende a antecipação do nome de Lula como candidato porque acredita que o governo do presidente Michel Temer (PMDB) enfrenta "cada vez mais adversidades". "Ele vai ter dificuldade em acabar o governo em 2018", projetou. A expectativa atual é que Lula seja lançado candidato em junho, durante o 6º Congresso Nacional do PT. Para Lindbergh, o lançamento antes permitiria ao petista rodar o País.
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Lindebergh decidiu intensificar a agenda de pré-candidato a presidência do PT depois da "inauguração popular" da Transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, no último domingo (19), quando o PT organizou um grande ato que serviu também de pontapé para a candidatura presidencial de Lula.
"Lula é o nosso grande nome, nossa grande liderança. Ele acha um erro assumir um cargo no partido. Ele tem que ser presidente", defendeu. Lindbergh também pregou uma reaproximação do PT com movimentos sociais como o MST. "Não podemos ser um partido só de parlamentares", justificou.
'INVADIR CURITIBA'
No esteio do ato na Transposição, Lindbergh anunciou que o partido deve realizar outro grande protesto no dia 03 de maio, quando Lula deve ser chamado para depor perante o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato. "Vamos invadir Curitiba", prometeu.
Na reunião fechada com lideranças petistas, o senador pregou um "giro à esquerda" e uma "correção de rumos" no PT. Ele defendeu que o PT não pode se transformar num "partido social democrata acomodado" e precisa ir para o enfrentamento e "falar mais alto e mais grosso".
Apesar de elogiar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) Lindbergh também fez uma crítica à condução da economia no segundo mandato da petista no encontro fechado com os petistas. "O que a gente fez em 2015 foi loucutra. Foi o exagero da política de conciliação com as elites."