O juiz da 16ª Zona Eleitoral, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco, Eduardo José Burichel, marcou para esta quarta-feira (22/3), às 13h30, no Fórum do município, uma reunião com as polícias e coligações para definir reforço de segurança na eleição suplementar de prefeito, marcada para o próximo 2 de abril. Os ânimos acirrados na campanha, com constante troca de acusações entre as duas principais chapas, são a principal preocupação da Justiça local, explica a chefe do cartório, Taizi Figueiredo.
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Segundo ela, devem participar do encontro com o juiz o recém-empossado promotor eleitoral Eduardo Leal, representantes das polícias civil e militar e também do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE). Na eleição suplementar disputam o ex-prefeito Carlos Santana (PSDB), Célia Sales (PTB), esposa do candidato mais votado na eleição de outubro e impugnado, Romero Sales (PTB), além de Olavo Aguiar (PMN). Assim como na anterior, vão funcionar 25 locais de votação.
Na votação de outubro de 2016, eleitores se queixaram da falta de policiamento para coibir a propaganda de boca de urna e os excessos dos cabos eleitorais. Na posse dos vereadores e escolha do presidente da Câmara Municipal, em 1º de janeiro último, houve tumulto e agressões. Insatisfeitos com a escolha do vereador Irmão Ricardo (PTC) para comandar a casa, militantes da oposição a ele chegaram a arremessar cadeiras durante a sessão e guardas fizeram uso de spray de pimenta.
Como Romero Sales (PTB) não assumiu o cargo, porque seu registro foi cancelado por estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa, Irmão Ricardo tornou-se o prefeito provisório e praticamente manteve a equipe do anterior, Carlos Santana (PSDB).
O reforço do policiamento seria mais fácil de atender agora, uma vez que Ipojuca é o único município do Estado a realizar no dia 2 de abril eleição suplementar. Desde meados de fevereiro, o Ministério Público e a Justiça Eleitoral acordaram com as coligações algumas exigências, como a comunicação prévia das mobilizações de rua, para que não coincidam local, dia nem hora dos eventos concorrentes.
Justiça determina retirada de propaganda
A campanha, iniciada em fevereiro, vem sendo marcada por troca de ações na Justiça. Célia Sales tentou impugnar a candidatura de Santana, no início, e, há uma semana, denunciou suposta compra de votos pelo adversário, que está sendo apurada.
Por sua vez, Santana vem questionando a propaganda da concorrente e já conseguiu algumas decisões favoráveis da Justiça, como a remoção de cartazes em que Célia aparece ao lado de Romero, com a mensagem “Por respeito à decisão do povo”, que estaria pondo em dúvida a lisura e a legitimidade da decisão do TRE e do TSE na eleição normal, na qual o candidato foi vetado. Neste fim de semana, a Justiça mandou remover propaganda de Célia de estabelecimentos comerciais e ontem confirmou que Santana poderá se apresentar como “Carlinhos”, nome adotado na atual campanha.